Quando comentei que o seriado tinha como maior qualidade o visual exuberante, com tudo no lugar, fazendo jogos com as cores que davam um prazer só de observar os cenários, os figurinos, as locações, os efeitos visuais e a trilha sonora, não sabia o que a trama ainda guardava. Tudo caminhou de maneira lenta, mas sem em nenhum momento ser arrastada ou desinteressante. Mesmo não sendo um produto propriamente original, o espectador foi convidado a caminhar junto com o investigador do FBI Will Graham (Hugh Dancy), que depois de anos afastado, é convocado quando um serial killer desafia a polícia. Porém, apresentando problemas em relação ao passado que lhe causaram o afastamento, seu chefe Jack Crawford (Laurence Fishburne) pede auxilio de Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen), um psicólogo que também ajuda em traçar perfis de criminosos, assim como era a especialidade de Graham. Entretanto, o investigador está num estado mental tão vulnerável, que Hannibal se aproveita para tirar informações preciosas, além de desafiar o jovem policial.
A caminhada de Will vai tomando caminhos sombrios, já que Hannibal se aproveita dele para angariar novas vítimas e finalmente conseguir culpá-lo por crimes que ele não cometeu - provavelmente os seus. Incrível como o seriado não deixou nenhuma ponta solta ou utilizou casos isolados como se não tivessem conexão com o arco principal. Todos eles foram trabalhados tanto para evoluir a degradação mental de Will quanto para conectar os assassinos ao Hannibal. O ponto negativo talvez esteja na, mais uma vez, representação da cega agência do FBI que sempre é enganada pelos criminosos, mesmo com tantas pistas que os levam ao culpado. Porém, o jantares luxuosos e as conversas inteligentes com Hannibal, além de seu inquestionável carisma, realmente complicam a situação dos investigadores que também alimentam um vínculo de amizade - ainda mais que apenas Will passou à suspeitar dele.
Foi uma temporada bem elaborada e que deixou um gosto de "quero mais", pois a impressão é que apenas está começando. Curioso que a cena final foi contra todas as apostas, afinal, esperava-se que a revelação sobre Hannibal ocorreria logo nesse desfecho. Segundo o produtor e roteirista Bryan Fuller, o objetivo é produzir sete temporadas e na segunda temporada o vilão já estaria desmascarado e Will o perseguiria. Nas outras, Hannibal ainda estaria solto; na quarta a trama seguiria o a história de Dragão Vermelho, com Hannibal preso contribuindo para o FBI; na quinta partiria para O Silêncio dos Inocentes e Clarice (na verdade, um outro nome seria usado) seria apresentada; na sexta temporada, a trama iria para a história do livro e filme Hannibal e, na última temporada, os protagonistas, Will, "Clarice" e Hannibal estariam juntos. Claro que na TV, essa pretensão é boa, mas com a audiência longe de se mostrar satisfatória, pode fazer os produtores mesclarem histórias e antecipar grandes eventos. Porém, à julgar por essa temporada de estreia, eles levaram bem ao extremo o ditado "a pressa é inimiga da perfeição".
eu não curti o fim da temporada, mas adorei a série. espero que a qualidade continue na segunda temporada!
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