O mundo da música foi logo tomado de assalto no início do ano pelo clipe que não encontraria nenhum outro à altura: Bad Girls da M.I.A. A qualidade é tanta que meses depois Madonna, Nelly Furtado e Ke$ha se inspiraram ou na música ou no clipe utilizando artifícios como carros, ou uma frase do refrão "live fast, die young". O ano teve alguns bons lançamentos, mas nenhum novo fenômeno como Adele (ela que nos deu a excelente Skyfall) ou Amy Winehouse. Apenas algumas tempestades que causaram algum barulho, mas para um mercado de nicho como One Direction e Taylor Swift.
Dos ingleses para os canadenses, uma tal de Carly Rae Jepsen tomou as rádios de assalto com uma música bobinha, pobre musicalmente e um clipe sem graça. A nova Ke$ha do pedaço. Falando nela, como era esperado, a cantora se entregou aos excessos e polêmicas e se enterrou de vez. Para variar, Rihanna tem novo álbum na área, mas pelo menos o single não é música-de-boate. Lana Del Rey é um produto esquisito, como se fosse uma espécie de Britney para o mundo indie, além de ser totalmente superestimada. Justin Bieber lançou álbum novo e ninguém comprou - beijos, Aaron Carter. Quem nasceu Bieber, nunca será Timberlake, certo? Mumford & Sons veio com um trabalho ainda tão excepcional quanto o primeiro, e nos presenteou com o lindo clipe de Lover of The Light, enquanto artistas internacionais de sucesso como Nelly Furtado e Christina Aguilera fizeram a lição de casa com álbuns no capricho, mas que não venderam nada. Ah! E a Sandy amadureceu ainda mais!
Segue a lista dos melhores álbuns do ano:
10 - Kids in the Street - The All-American Rejects
Com a carreira perdendo fôlego depois de hits como Move Along e Gives You Hell, os caras mesclaram um pouco da vibe eletrônica que toma conta do mercado fonográfico atual. O resultado é aquém dos álbuns anteriores, porém, eles foram espertos e apresentaram algumas músicas ainda no estilo pop rock que fazem tão bem. É mais ou menos o que o Maroon 5 devia fazer e não faz. Destaque: Beekeeper's Daughter
9 - The Carpenter - The Avett Brothers
O sétimo álbum desta banda de indie-folk foi o mais bem sucedido da carreira da banda, graças a apresentação deles com o Mumford & Sons e Bob Dylan um tempo atrás. Uma pena. A banda tem qualidades e já fazia um som bacana bem antes do fenômeno M&S. Country, folk, indie, rock... os elementos junto com letras melódicas e românticas são a mistura perfeita do grupo da Carolina do Norte, EUA. Destaque: Live and Die
8 - Future This - The Big Pink
Segundo álbum da carreira desse duo de indie-eletro rock, depois do relativo sucesso do trabalho de estreia que foi impulsionado pelo hit Dominos. Infelizmente a banda não teve muita sorte nesse novo trabalho, apesar da qualidade ainda está acima da média. É autêntico, original e atual. Destaque: Hit The Ground (Superman)
7 - The World from the Side of the Moon - Phillip Phillips
Vencedor da última edição do American Idol, o cantor se saiu melhor no reality show do que nesse álbum de estreia que parece um pouco forçado para ser comercial. Porém, a voz de Phillip ainda é uma grande virtude que quando se encaixa no estilo folk e acústico, soa de maneira surpreendente. Ainda procurando uma identidade, o que Phillips precisa é não abaixar a cabeça para gravadoras que só pensam em dinheiro. O cara tem um estilo e devia se empenhar em continuar com ele, algo que na indústria é tão superficial. Destaque: Home
6 - The Spirit Indestructible - Nelly Furtado
Chegar ao quinto álbum da carreira com grande fôlego, não é pra qualquer um, e nem para a Nelly Furtado. O álbum da canadense fracassou, e nem sendo popular em seu país natal ou na Europa melhorou as coisas. Uma pena. Nelly lançou um álbum moderno, pop e com sua voz anasalada melhor do que nunca. Tem umas batidas que lembram funk, outras com sonoridades latinas. Talvez o problema da Nelly é ser assim tão orgânica e ao mesmo tempo atirar para todos os lados - as pessoas não têm tanta paciência. Que lástima, o álbum é muito bom! Destaque: Big Hoops (Bigger The Better)
5 - Princípios, Meios e Fins - Sandy
Depois da liberdade milimetricamente planejada e o um ótimo álbum para se lançar na carreira solo, Sandy chega aos seus 30 anos cantando o que realmente sente. E é tão íntimo e pessoal, mas também, uma temática tão comum à todos que é impossível não se identificar. Nesse EP tem muito piano e baladinhas pop de primeira, com letras bem escritas e a voz tão singular de uma das cantoras mais interessantes da medíocre cena pop do país. Poético, melancólico, gracioso. Destaque: Aquela dos 30
4 - Lotus - Christina Aguilera
Quando se é fã de verdade, sabe-se reconhecer os defeitos e erros de seus ídolos. Minha admiração pela cantora não chega à ser de fã, mas na indústria do pop comercial, Christina Aguilera é a que melhor cumpre a sua função. Dona de uma voz irretocável, ela lançou Lotus que se saí bem como um bom produto pop, com músicas melosas, fortes e estridentes. Tem músicas de boate, baladas, drama e rock. Aguilera não soa como Katy Perry ou Rihanna como a crítica se limita a dizer, ela soa como o pop em sua fase atual, assim como todas as cantoras que tem outras como inspiração. Ou vai me dizer que essas cantoras são originais? Destaque: Your Body
3 - Jake Bugg - Jake Bugg
Com influência pesada de Bob Dylan, essa revelação de 18 anos tem uma voz, mas uma voz tão autêntica e interessante, que é impossível não parar para ouvir. Mesmo que o cabelo e o estilo indie não seja nada novidade, a voz de Jake Bugg acompanhada pela música arroz com feijão é uma das melhores coisas que surgiram no cenário mundial. É o que o cantor escocês Paolo Nutini fez anteriormente, mas com um charme inglês ainda mais melancólico e rebelde. Destaque: Two Fingers
2 - Heaven - Rebecca Fergusson
Revelação do X-Factor do ano retrasado, Rebecca trouxe em seu primeiro álbum a aposta de seguir os estilos de Amy Winehouse, Adele e Duffy. Com baladas poderosas, a voz rouca e potente da inglesa, se sobressai com os sentimentos descritos nas letras. Foi um sucesso no Reino Unido, mas infelizmente não emplacou nos EUA e nem aqui no Brasil. Mas não importa, é um talento nato e que ainda vai crescer nos próximos anos, aguardemos! Destaque: Glitter & Gold
1- Babel - Mumford & Sons
Além da banda ser dona de um dos clipes mais lindos do ano, ainda apresentaram um segundo álbum sentimental, com belas canções folk e um indie rock cru e cheio de inspirações. Babel é como uma declamação poética sobre vida e é impossível não se chegar às lágrimas se bem concentrado com algumas canções. Especial, emocionante e bem produzido. É a banda do momento, trazendo um pouco de vida para as paradas que estão praticamente mortas com tanto produto ruim. Inspirador, profundo e honesto.
Destaque:
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