Seriado supera expectativas
Seguindo o rastro de sangue de sucessos como Dexter e mais recentemente The Following que tem como protagonistas serial killers (isso eliminado tramas que focam em mentes bem controversas quanto, como Mad Men, Nurse Jackie, Boardwalk Empire, Breaking Bad, Homeland e por aí vai) a nova série Hannibal mistura um pouco de tudo isso que tem sido visto, mas acrescenta um ingrediente que tem feito toda diferença e é pra poucas produções: um visual impressionante. O seriado estreou na semana passada de forma atrapalhada pelo AXN Brasil (muito criticada por ser sido dublada e sem opção de legenda), mas que já acertou sua exibição com idioma original e legendas. Nos EUA, ela é exibida pela NBC e está no seu quarto episódio.
Baseado na obra Dragão Vermelho de Thomas Harris, autor também das continuações O Silêncio dos Inocentes e Hannibal, a série foca na relação entre o investigador do FBI Will Graham (Hugh Dancy), que depois de anos afastado, é convocado quando um serial killer desafia a polícia. Porém, apresentando problemas em relação ao passado que lhe causaram o afastamento, seu chefe Jack Crawford (Laurence Fishburne) pede auxilio de Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen), um psicólogo que também ajuda em traçar perfis de criminosos, assim como era a especialidade de Graham. Entretanto, o investigador está num estado mental tão vulnerável, que Hannibal se aproveita para tirar informações preciosas, além de desafiar o jovem policial.
Superando as expectativas que estavam baixas, depois do que era a grande aposta da temporada The Following e virou uma grande decepção (uma série que tem algo intrigante, mas cheio de furos no roteiro, incoerente e apelativa), Hannibal em dois episódios se mostrou única, fugindo da ação exagerada e focando no psicológico dos personagens. Indo mais afundo de séries que põe o herói "moderno" cheio de defeitos e pontos vulneráveis de frente com o vilão humanizado assim mostrando semelhanças entre os dois - casos como em The Walking Dead e Revenge - Hannibal crava o ponto de interrogação com diálogos desafiadores, impulsionando o protagonista herói cada vez mais para o limbo, o que pode causar boas surpresas.
De primeiro momento a estreia foi muito bem sucedida, aposta num visual sombrio, sem ser escuro, da qual, a edição mistura alucinação e uma realidade crua - a direção de arte abusa de cenários vermelhos e elementos simbólicos sofisticados. É uma série bonita de ser assistida, sem dúvidas o peso de Bryan Fuller, que tem no currículo a maravilhosa Pushing Daisies e cuidou dessa adaptação, fez toda a diferença. A direção também é certeira, enquadramentos em planos abertos, ajudam a manter um clima tenso - não esconde nada, mas é como se algo estivesse ao redor. Por vezes lembra a condução de David Lynch no recente Millenium - Os Homens que não amavam as mulheres (EUA, 2011). Ou seja, uma superprodução, que tem um roteiro forte, muito bem conduzido e, como se sabe, guarda excelentes surpresas. Sem dúvidas a melhor novidade da TV aberta em tempos.
é bom saber q a AXN já tem a opção de legenda. não assisto por causa da babaquisse de de passar series dubladas (ECA!!!!!). pegarei a reprise, com certeza :)
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