Em uma das sequências mais clássicas da história do cinema, Hannibal Lecter, o lendário vilão interpretado por Anthony Hopinks em O Silêncio dos Inocentes (1991), foge de forma magistral matando e enganando policiais e agentes do FBI. Por mais absurdo que possa parecer, é difícil não se deixar levar pelo filme graças a boa história e seus personagens - sem se prender à maiores questionamentos. A moda de explorar tramas que apresentam serial killers, chega de vez à TV aberta americana, anos depois de ter estreado o sucesso Dexter no canal fechado ShowTime. A FOX então apresenta The Following, mas sem o charme e a inteligência de um Hannibal Lecter.
Exibido por aqui pela Warner Channel, a premissa da série estrelada pelo astro do cinema Kevin Bacon, é mostrar o trabalho de investigação atrás de seguidores de um serial killer que estava preso há anos e deu uma rápida escapada para finalizar sua "obra de arte". Esse mentor é um professor que usa sua inteligência a favor da escalação de seus seguidores e planos ainda maiores contra novas vítimas. Agora ele tem fãs que seguem sua filosofia sobre a beleza da morte para assim se sentirem vivo.
Mesmo que encontrando uma saída eficaz de deixar a trama mais complexa mostrando o herói de Bacon com problemas de alcoolismo e uma situação amorosa mal resolvida com a ex-mulher do psicopata, além de melancólico e buscando redenção, The Following mostrou em dois episódios que até consegue segurar um bom suspense, mas sofre dos problemas comuns de seriados da TV aberta. O ritmo agitado carregado por uma edição nervosa presente principalmente no primeiro episódio, é de deixar qualquer desacostumado com dor de cabeça.
Outro fato negativo é a série não apresentar uma estética marcante, sem nenhum conceito visual ou fotografia diferenciada. É tudo tão comum que ela não parece ter uma identidade própria - deixando essa missão para o carisma do protagonista e seu rival. Mas não bastasse a questionável qualidade técnica, o roteiro também tem lá seus problemas. Assim como Dexter, a polícia de The Following é cega e burra. Vive correndo de um lado para o outro e acaba descobrindo fatos sempre depois deles acontecerem. Pior do que isso é a situação que foi causada no segundo episódio, da qual, a ex-mulher do assassino que agora é um alvo dele e de seus seguidores, é perseguida dentro de sua própria casa - isso com toda a precaução dos agentes e policiais vigiando a casa. A questão é: foi a segunda vez que tiverem esse problema de segurança, então se sabem que estão lidando com pessoas cheio de planos bem bolados, por que não mudaram a mulher de local logo de cara? Por que não a isolaram no último andar de um prédio? Medida nada absurda se tratando se serial killers e FBI envolvido.
Tirando os equívocos, The Following ainda tem uma história forte e que prende a atenção. Personagens acima da média de programas da TV aberta, e o talento de um grande astro como Kevin Bacon. Resta esperar se o excesso de violência vai se justificar com uma trama ainda mais surpreendente que aparenta ser. É correr contra o tempo, já que a rival NBC, tem engatilhado uma série que bebe diretamente na fonte do clássico do cinema, sem apenas querer ser apenas mais uma série policial com assassino em série: Hannibal, que estreia em Abril por lá. Por enquanto é seguir e aguardar.
The Following é exibida às quintas feiras às 22h45, pelo Warner Channel.
Trailer:
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