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junho 01, 2013

Crítica: mesmo irregular, 'The Following' finaliza temporada em alta tensão

Trama esburacada teve seus momentos ao longa da estreia


Uma das estreias mais aguardadas da temporada, The Following, finalizou seu primeiro ciclo ontem na Warner Channel - com algumas semanas de diferença em relação aos Estados Unidos. Por lá, as expectativas foram superadas, e a série se tornou a novidade de maior audiência não só da midseason, mas também juntando todas as estreias desde setembro de 2012. Se por um lado a audiência foi gratificante, não se pode dizer da qualidade da série, que por diversos momentos no lugar de chocar, fez rir. O excesso de furos no roteiro e mocinhos ingênuos que beirando à estupidez, fizeram essa primeira temporada despertar um misto de curiosidade pelo caminho que ia seguir, mas ao mesmo tempo uma vontade de largar tamanha eram momentos constrangedores do roteiro patético. Quando falei pela primeira vez do seriado aqui, já era perceptível que a trama soava irregular e exagerada, se apoiando na confiança do espectador para não largar depois da primeira reviravolta forçada e sem lógica.

A trama conta a história de Ryan Hardy, interpretado por Kevin Bacon, um investigador do FBI que precisa encontrar o fugitivo líder de uma seita de serial killers e adoradores de Edgar Allan Poe, escritor romantista conhecido por seus livros de mistério. Esse líder é Joe Carroll (James Purefoy), um professor de literatura inglesa que aproveitou seu tempo preso para conseguir seguidores por meio das visitas que recebia na prisão. Ao desejar terminar um livro sobre Ryan (mostrando seu ego de Deus, achando que pode construir um caminho manipulando seus fiéis), Joe foge e trava uma verdadeira perseguição de gato e rato, criando várias armadilhas para o FBI, além de envolver sua ex-esposa Claire Matthews (Natalie Zea) na história.

Como um bom drama, esse caso se transforma em um triângulo amoroso já que Ryan é apaixonado por Claire desde a primeira vez que prendeu Joe. Aos poucos o caso vai se tornando pessoal e Ryan por diversas vezes abre mão das regras da polícia para agir do seu próprio modo. O grande problema de The Following é esse. Mesmo sabendo que o FBI é de suma importância, Ryan, o herói imperfeito, daqueles que carrega cada vítima em suas costas e por isso perde a cabeça, por vezes deixa a ajuda do FBI de lado para cumprir a missão toda sozinho. E como já se espera, Ryan a cada vitória de seus impulsos, carrega novas derrotas, chegando ao ápice com a morte da companheira Debra Parker (Annie Parisse). Além dela, foram muitas vítimas a cada caminho escolhido por Ryan, afim de seguir a história proposta pelo grande vilão. Outro que sofreu também foi o jovem companheiro dele, Mike Weston (Shawn Ashmore), apanhou feio e quase morreu.

Mas nem somente essas escolhas de Ryan são culpadas dos exagerados caminhos tomados pela série. Mesmo com ele deixando pessoas e mais pessoas praticamente escorregarem de sua mão, até as vítimas preferiram seguir o monstro que era Joe e fazer parte do jogo dele do que viver atrás do fraco herói, Ryan teve uma base ruim de investigação. O FBI mesmo poderoso falhou e não foram poucas vezes que em grande perigo, não tinham mais de cinco agentes ajudando Ryan. Tudo isso é bem proposital para manter a trama pessoal do triângulo sem grandes intervenções externas. Só que não faz sentido. É complicado esquecer do grande poder da polícia, que trabalha com variada tecnologia perder e perder como foi visto episódio após episódio. Carros oficiais sem GPS, vítimas sem celulares, objetos cortantes sempre a disposição de vilões, cárceres cheios de opções como computadores e janelas e por aí vai. Algumas patetices são dignas de filmes ou séries que satirizam o poder da polícia.

Por outro lado, se fosse uma série menos pretensiosa, a trama fluiria melhor. O momentos finais foram bem surpreendentes, mesmo que não era segredo que aquilo poderia ocorrer - e o que será que vai acontecer? Algumas pontas também não foram fechadas como o paradeiro da Emma (Valorie Curry), deixando uma grande tensão no ar. Num balanço geral a estreia foi bem regular, um tanto violenta sem grande propósito (as mortes que mais pareciam sexo até explicavam bem a razão da seita, só que os excessos incomodam quando banalizado), e trazendo como o fator motivador, Kevin Bacon em um papel bem coerente com seu jeito misterioso e melancólico. Infelizmente, diferente de outra estreia, Hannibal, o foco foi uma ação conturbada, por vezes confusa - talvez imposição do canal FOX que tem no seu histórico Prison Break e 24 Horas -, mas ainda assim o duelo entre Ryan e Joe teve bons momentos.

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