Na indústria cinematográfica de Hollywood, como muito se sabe, um sucesso de bilheteria deve causar uma onda de influência nos próximos tempos em outras produções. Seja desde a moda de super heróis, até o estilo de alguns gêneros que sempre estão se reinventando como ficção científica, comédia e terror. Deste primeiro gênero citado, a ficção científica/ fantasia vive uma boa fase desde o sucesso mundial de Avatar (2009). Projetos que estavam engavetados, começam a ver a luz do sol e filmes ganham repercussão - como o mais recente Prometheus (2012) e o mal sucedido John Carter (2012). No ano seguinte, foi a vez do gênero passar por uma nova reciclagem com sua vertente de ação policial, depois do intrigante A Origem (2010), sucesso de crítica e público, daí vieram filmes como Os Agentes do Destino e Contra o Tempo, ambos de 2011. Agora, chega Loopers - Assassinos do Futuro, trazendo o mesmo equilíbrio de ação, drama e alguma base científica.
O longa parte de lógica de viagens no tempo, da qual, foi descoberto uma forma de voltar ao tempo 30 anos antes. Daí, mercenários do passado ajudam bandidos do futuro a executarem vítimas que são jogadas para anos atrás - afinal, é impossível esconder corpos na realidade mais tarde, pois a tecnologia forense está cada vez melhor. Esses mercenários, são chamados de Loopers. Como regra na marginalidade, é importante que quando um Looper completar 30 anos de sua missão, ele deva ser assassinado depois de levado para o passado - como forma de evitar que o esquema seja descoberto. E eles sabem disso. A trama ganha forma quando o Looper, interpretado pelo forte nome atual do gênero, Joseph Gordon-Levitt - que chamou atenção em A Origem e, mais recentemente, em Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge - tem sua vítima foragida. E como não fosse o suficiente, trata dele mesmo - só que mais velho (Bruce Willis).
Começa então um jogo de gato e rato, que aos poucos vai se revelando que o sistema marginal guarda razões conspiratórias ainda maiores, da qual, vai ser necessário decisões difíceis serem tomadas. O filme tem até sua metade uma ação bem feita, com cenas de tirar o fôlego e visual incrivelmente satisfatório se tratando de uma produção com orçamento ínfimo comparado à outras produções do gênero: US$ 30 milhões. Em determinado ponto, o ritmo desacelera dando espaço para o drama da história, inserindo uma personagem feminina importante, interpretada pela Emily Blunt - que marcou presença "coincidentemente" no já citado Os Agentes do Destino.
Nesta fase, o longa assume a responsabilidade de não ser entendido apenas como uma fita de ação, porém, a falta de ritmo prejudica em cheio a base como filme de entretenimento, mesmo que o tom sobrenatural guarde boas surpresas na trama. Não chega a afetar o resultado final, mas a falta de equilíbrio é bem perceptível. O desfecho também não guarda nenhum clímax extraordinário e defende o lado dramático do filme sem seguir uma fórmula agitada - como é de praxe no gênero.
Mas é um filme que vale a pena ser visto por sua originalidade no roteiro e por se assumir como uma boa ficção científica, já que Hollywood ainda vive de suas de intermináveis continuações e adaptações de produtos óbvios. Com uma estrutura melhor e um marketing maior, Loopers - Assassinos do Futuro, se sairia superior do que foi seu impacto no mercado, arrecadando apenas US$ 45 milhões nas bilheterias. O bom é que ele nem tenta ser o primeiro de uma franquia, o que o põe no nível de todos os filmes citados, sem a pretensão de ser apenas um produto descerebrado. Que daqui 30 anos, se Hollywood ainda existir, que exista um meio de seus executivos voltarem ao tempo e descobrirem as ótimas histórias que passaram batido - como é o caso desta.
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