Páginas

janeiro 31, 2013

Crítica: 'Dexter' retorna com o grande segredo descoberto

Chegou a hora o embate entre o serial killer e sua irmã


Começou no último domingo (27), pelo FX Brasil, a sétima temporada do drama policial, Dexter. E depois de tantas temporadas, tantos vilões e o serial killer justiceiro (Michael C. Hall) sempre com a polícia na sua sombra, chegou um dos momentos mais marcantes da série. E não é sobre a descoberta da polícia, quase que mais importante que isso: sua irmã Deb (Jennifer Carpenter) descobriu a verdade. A temporada iniciou de onde a outra parou: Dexter é pego em flagrante matando Travis (o grande vilão da temporada anterior) por sua irmã. E se não bastasse a finalização do arco religioso, que foi surpreendente, o grande gancho inicial é esse embate entre os irmãos.

A princípio, percebeu-se que Deb foi até calma demais após descobrir que o irmão acabara de matar um homem, porém, logo começou juntar as peças e perceber que a história é muito mais obscura que um ataque de nervos do irmão. É um pouco complicado determinar o que será visto a seguir, dado que ele não conseguiu permanecer mentindo, afinal ela descobriu tudo, mas está ficando interessante. Deb vai se aliar com as intenções do irmão, já que ele pelo menos só mata assassinos e criminosos? Tudo parece se encaminhar para isso.

Por outro lado, uma nova evidência descoberta pela ex-tenente LaGuerta (Lauren Vélez) pode Dexter mais uma vez perto dos holofotes da polícia de Miami. Além disso, foi introduzido um novo caso, que envolve uma máfia russa e pelo jeito vão perseguir Dexter nessa nova fase. Essa penúltima temporada promete emoções e seu começo promissor mostrou que os executivos que tomam conta da série estão certos em finalizar o seriado. É melhor terminar no auge da criatividade. E quem não quer saber como terminará essa trajetória do serial killer mais querido da TV? Imperdível.

Domingo, às 23 horas, no FX Brasil.

janeiro 30, 2013

Crítica: 'Lincoln' traz história de líder em meio ao caos

Steven Spielberg conta história focada no personagem histórico sem dar muito enfase à escravidão


Em uma das cenas de Lincoln (Estados Unidos, 2012), a imagem do líder Abraham Lincoln é colocada sobreposta à uma chama acesa. Essa sutileza do diretor Steven Spielberg na verdade intensifica o que significa o legado do décimo sexto presidente eleito de maneira democrática na América: sua chama está acesa até os dias de hoje. Ela não se apaga desde sua morte há décadas atrás. Sua guerra contra a escravidão, envolveu milhares de mortos em um país dividido, porém, seu feito político é lembrado de forma sublime e influente, não só na área de ciências políticas e sociais, mas inspira a vida de milhões de pessoas pelo mundo afora. Ele libertou negros escravos de um regime que muito lembra um holocausto. Por isso, é tratado como citações poderosas, de suas frases de impacto e motivantes, além de ser uma figura aclamada e homenageada na cédulas do dinheiro americano.

Uma história tão importante assim, não poderia ser contada por outra pessoa que não seja o mestre Steven Spielberg que consegue como quase nenhum diretor variar de obras mais importantes como cinema de arte e cinema de entretenimento. Sua maestria em conduzir super produções, agora encontrou um desafio que remete ao seu passado mais glorioso, contar fatos históricos como fez em Amistad, A Cor Púrpura, O Resgate do Soldado Ryan e A Lista de Schindler. Mas engana-se quem espera um Spielberg tão emotivo e sentimentalista como nas produções citadas. Talvez o mais próximo seja o estilo cru e sóbrio de A Lista de Shindler, mas ainda assim é uma obra mais sombria (dando uma sensação de caos, tensão), menos documental, com uma direção de arte excepcional, filmada com planos abertos e movida por diálogos e jogos políticos.

O filme começa no segundo mandato de Lincoln e no quarto ano da Guerra da Secessão, que dividia os nativos do Sul que são contra a abolição da escravidão  que criaria um problema na economia agraria que é ligada diretamente com a necessidade de mão escrava, contra o Norte a favor da abolição. Com a nova lei regida por Lincoln em vigor, acabaria de vez com a escravidão e forçaria o fim da guerra que já havia derramado muito sangue. Porém, Lincoln sente a necessidade moral de criar uma emenda para solucionar de vez a questão e evitar mais óbitos. É famosa 13ª emenda que precisaria da aprovação de cada confederado e acabar com a escravidão.

No meio do jogo político de conquista de votos, Abraham Lincoln (Daniel Day Lewis) aparentemente calmo e firme toma suas decisões junto com seu time político, entre eles Tommy Lee Jones como o ranzinza Thaddeus Stevens, que sempre lutou pela causa. Algumas estratégias são quase impossíveis de se mudarem a vertente ao seu favor, mas Lincoln com sua retórica, sua inteligência e carisma - é incrível como ele tem história pra contar -, consegue o que quer de forma soberana.

O seu lado mais frágil é o familiar, que Spielberg guarda boas cenas com a excelente Sally Field fazendo a esposa do presidente. Ela funciona como o lado emocional abalado diante todo o caos (sua constante dor de cabeça reflete isso), da qual, ele se recusa a baixar guarda, mas aos poucos se mostra vulnerável e até cria momentos de explosão entre ambos. Seu filho (interpretado por Joseph Gordon-Levitt) também ganha destaque quando retorna pra casa, após abandonar os estudos e deseja lutar na guerra, mas é impedido pelos pais, criando um novo conflito. Lewis, que é disparado um dos melhores atores de sua geração, sendo consagrado com o Oscar em Sangue Negro (seu melhor trabalho) (2008) e em Meu Pé Esquerdo nos anos 90 (e agora perto de conquistar seu terceiro), está fenomenal. É como se cada quadro do filme, Spielberg pintasse Lincoln usando técnicas belíssimas e Lewis fizesse suas poses com extrema eficiência.

A incrível fotografia que dá enfase à Lincoln quando tem necessidade de por ele no centro das atenções, é de arrepiar. Ao invés de centraliza-lo sempre no meio da tela, Spielberg trata ele como um homem normal contando uma história, as vezes está escondido em meio à outros homens, outra hora puxa um banquinho e começa tudo de novo. E todos se calam. Na maioria das vezes têm-se apenas a sombra do presidente ou sua famosa silhueta. Outras vezes, o diretor deixa Lewis brilhar sozinho, dando enfase nos movimentos do personagem, na sua forma de falar. São várias cenas sozinho, denotando seu isolamento constante. E o envelhecimento precoce, daí entra a maquiagem bem feita, que está além do poder de Lewis.

Mas Lincoln não é uma obra completa. Talvez esse distanciamento de Spielberg no seu lado mais emotivo de refletir a escravidão, tenha tirado o brilho necessário pra deixar a obra mais envolvente e menos dura. Os poucos diálogos entre o presidente e uma criada na Casa Branca não são suficientes para entender bem a importância do feito de Lincoln, além de ser apenas um jogo político. Em tempos de Django Livre, usando a história para criar entretenimento, Lincoln teria se saído mais triunfante se tocasse melhor nessas feridas que vão demorar muito ainda à se fecharem. E isso não seria fugir do foco, já que o legado do presidente e sua vida foram em troca da abolição que ele conseguiu intermediar em meio ao caos. Mas ainda assim, é uma releitura eficiente, bem atuada, dirigida e produzida, mas que só faltou uma mão de verniz a mais.

Trailer:


 

janeiro 29, 2013

Crítica: tocante, 'Amor' é uma delicada reflexão sobre envelhecimento

O amor sob o olhar de Michael Haneke


Virou manchete nos últimos dias a declaração de um ministro japonês, sobre a situação do governo em relação ao tratamento aos idosos e a pressão do Estado sobre o pagamento de suas despesas médicas. Segundo ele, o idosos deviam "se apressar e morrer". Depois de desculpas públicas devido a polêmica levantada, ele disse que falava de si mesmo, e que não suportaria prolongar a vida, quando sua vontade é morrer. Em Amor (Amour, 2012), novo filme de Michael Haneke (Violência Gratuita, A Fita Branca), um casal apaixonado de idosos sente a morte se aproximar. Contudo o filme explora também, além da aproximação natural desse evento, a ideia presente na declaração do ministro: o apressamento do fim.

Começar a falar sobre o filme utilizando essa declaração, é importante para contextualizar o que se é envelhecer nos dias de hoje. Se antes era sinônimo de sabedoria, educação e que requer respeito para lidar com a pessoa idosa, hoje é um problema. Em tempos de crise e o aumento da população idosa, chegar à terceira idade significou virar um fardo para as pessoas ao redor, seja o governo, família ou o companheiro. Em Amor, tudo é mostrado de forma singela, inicia mostrando o cotidiano de uma casa na terceira idade, cercado de cultura, bom gosto e amor. E não se trata de um casal com uma situação complicada. É de classe média, esclarecidos e de bom convívio, ambos ligados à música, gostam de ler e colecionam pinturas.

O diretor que tem o costume em mostrar o lado mais apocalíptico do ser humano - vide a forma cruel, da qual, crianças eram sujeitadas em A Fita Branca - traz a realidade de forma crua, porém capricha na delicadeza e sensibilidade sem desmerecer o encanto do amor entre o casal. O cotidiano dos dois é quebrado quando aparentemente a porta da casa deles aparece arrombada, simbolismo lógico denotando que algo vai lhes roubar a tranquilidade. Logo a esposa Anne (Emmanuelle Riva, excepcional), começa a ter lapsos momentâneos, que preocupam seu cônjuge Georges (Jean-Louis Trintignant). Sem se preocupar em mostrar as idas e vindas ao hospital, o resto da trama se passa dentro do apartamento dos dois e o agravamento de saúde de Anne causada por um entupimento na carótida.

E nesse apartamento, o que era belo e bonito, vai ficando melancólico e vazio. O ambiente que antes era uma casa aconchegante, vai ficando silenciosa, sufocante. Haneke consegue com muitos simbolismos mostrar o sentimento do casal. A casa cheia de história, assim como o casal, vai ficando empoeirada - e o diretor tira um minutinho pra mostrar uma faxina no carpete -, vai sendo tomada por pombos como se nada tivesse mais ali - e lá se vai mais minutos tristes do homem tentando expulsar aquele incômodo ou capturar o pássaro. Essa forma de contar o sentimento, utilizando a casa como uma metáfora poética e sentimental, fazem de Amor uma obra complexa, lírica e tocante.

Tirando isso, ainda resta criar conflitos mais claros como o da filha do casal que não suporta a situação, mas também não tem o que fazer, ou o jovem aluno de Anne que agora bem sucedido vê com tristeza o casal, que apenas está vivo, vivendo, como se a velhice fosse aterrorizante ao seu olhar. Afinal, como aquela mulher tão culta e talentosa pode estar naquela situação? Lembra muito a crítica severa de As Invasões Bárbaras (2003) de Denys Arcand, da qual, os jovens estão mais preocupados com tecnologias e a inflação do que está acontecendo ao seu lado com seu parente (a filha do casal em Amor chega a ter essa conversa com ela, sobre a crise imobiliária). Envelhecer é tratado como um problema na sociedade nos dias de hoje, e essa mesma sociedade intensifica isso seja na pressão da mídia ou no mercado de trabalho. É uma doença que deve ser isolada, e sorte daqueles que tem alguém para tomar conta de si com respeito (Haneke ainda faz uma crítica sobre assistentes sociais). Mas nem mesmo eles se vêem mais como merecedor de apoio e sim preferem morrer, vide os comentários do tal ministro.

A reação no final do filme, na minha percepção, não poderia ser mais natural com o que fora mostrado anteriormente. Não se vê traços religiosos no casal, dado seu nível e instrução que geralmente não acredita em Deus. Apenas uma necessidade de liberdade, como o diretor mesmo explora mostrando nos quadros pendurados e focando em janelas e no simbolismo do próprio pombo. Além disso, amor para Haneke é muito mais o companheirismo e o favor de fazer aquela brutal ação, mesmo que questionável aos olhos alheios. Livrar da dor, mas sem desrespeitar (e ele faz até um pequeno e singelo velório). Não dá para julgar se a ação foi correta ou não, isso não importa. Ali são dois seres humanos que viveram uma vida bela, e, para ele, valia mais uma morte apressada que um sofrimento sem fim de seu amor - deixando qualquer traço de culpa, já que ele também dá a entender que partiu (assombrado pela solidão que lhe dá pesadelos). Quem vai fazer juízo de valores sem antes não se colocar no lugar?

Reflexivo, triste e denota muito bem a crueldade que é fixada na mente da sociedade nos dias de hoje. Os olhares preconceituosos sob idosos quando se sentam em lugares marcados em ônibus e quando possuem uma fila especial em estabelecimentos. Hipocrisia seria criar um final feliz numa situação tão complexa, mesmo que Haneke tentou fazer algo mais leve em seus minutos finais, mostrando uma lembrança clara do que é mais importante: o companheirismo. O apressamento aqui, felizmente não é tão motivado pelo sistema capitalista, e sim pelo amor. Traços otimistas para uma obra tão pessimista e que, por isso, lhe fazem ser primorosa.

Trailer:



janeiro 24, 2013

Crítica: Retorno de 'The Big C' e da fantástica série 'Enlightened'

Séries que mesclam drama com comédia são uma grata surpresa

Dando continuidade ao post sobre os seriados que retornaram na HBO Brasil esta semana, duas menos badaladas (mas ambas premiadas com o Globo de Ouro de melhor atriz de comédia), estrearam coladas na última segunda (21): The Big C e Enlightned. A primeira (original do ShowTime, o canal de Nurse Jackie) entra no seu terceiro e penúltimo ano, enquanto a segunda engata sua segunda temporada - a série é oriunda da matriz americana. Comentários dos retornos:


Enlightened é a série que todos deviam assistir e refletir sobre a vida


Nossa. Falar de Enlightened é um dos maiores prazeres no momento. A série produzida e atuada por Mike White e Laura Dern (vencedora do Globo de Ouro 2012 como melhor atriz de comédia) é um momento de inteligência e reflexão da realidade complicada que vive o mundo. A premissa da série é seguir uma mulher, Amy, divorciada, e que após um surto contra o amante que também era seu chefe, vai passar por uma reabilitação espiritual no Havaí. Ela retorna com a vontade de fazer o bem, tanto para as pessoas, quanto para a natureza. Retorna à sua empresa, mas é jogada num porão trabalhando em um setor que vigia funcionários e os demite dependendo do grau de compensação de cada um deles. Ou seja, enquanto os poderosos vivem da maneira que quiserem, os outros sofrem boicotes e punição se não trabalham direito. São meros números e não fazem nenhuma ideia dessa posição - é como se fosse um Admirável Mundo Novo nos tempos de hoje, sem a ficção científica e sim a hierarquia de trabalho.

No fim da temporada passada, ela agarra uma causa: melhorar as questões da megacorporação, da qual, trabalha não deu certo - ela tentou, mas não lhe deram ouvidos. Ela agora tem uma sede de acabar com a empresa de qualquer maneira. Descobre que eles zombam dos outros sem dó nem piedade. Ela então vai atrás de um jornalista Jeff (Dermot Mulroney) que faz denuncias contra grandes corporações. Mas Amy tem dificuldades de que as pessoas vejam o que ela vê. Sua conexão com a vida agora é de maneira tão pura que fica complicado para outros não verem que não se trata apenas de uma vingança particular, uma ambição por notoriedade ou um alto risco desnecessário. É uma questão de ser a "chave". Amy ainda tem questões dentro dela para serem resolvidas e não é apenas vestir vermelho e sair à luta que vai mudar o mundo de uma hora pra outra como ela almeja. Incrível também como a metáfora dos castelos de vidros e amaldiçoados serve pra tanta coisa e é uma reflexão ainda mais profunda sobre a sociedade. Enlightened continua sensacional e imperdível.



The Big C volta com protagonista levemente desesperada


Série vencedora em 2011 o Globo de Ouro como melhor atriz de comédia - Laura Linney, a premissa de The Big C era apresentar de maneira otimista uma mulher de meia idade que descobre ter câncer. Vivendo no subúrbio, ela entende que não viveu a vida como queria e passa a se livrar das amarras sociais. O drama da personagem deu lugar a novas inspirações, loucuras que ela nunca fez e a necessidade de revelar isso à família. A primeira temporada foi incrível, equilibrando com maestria momentos tristes e engraçados - o ápice da temporada é seu final e tem a ver com seu filho que mantinha um posicionamento complicado diante do problema, até que sua ficha cai. No segundo ato algo deu errado. Parece que a série tentou esticar sem se prender tanto ao tema e focando em núcleos mais banais. Perdeu a graça e parte do sentido, mesmo mostrando Cathy mais perto com a morte.

Agora o seriado retorna com uma protagonista menos otimista e passando tempo bebendo e fumando. Até que seu médico diz que seu organismo tem respondido bem ao tratamento. Como metáfora para o que será mostrado temos Cathy caindo na piscina congelada e quase morrendo sem encontrar o buraco da qual caiu. Assim, ela encontra a vida mais uma vez, com ajuda de seu marido e filho. Ainda não disse exatamente pra que veio, mas o final dessa história eu quero muito saber!

Crítica: Retorno das premiadas séries 'Girls' e 'House of Lies'

Comédias novatas retornam com seu humor peculiar...

A HBO Brasil retornou no último domingo a exibição de duas séries consagradas no Globo de Ouro 2013 e que estão apenas na sua segunda temporada. Trata-se das cômicas Girls (original do canal americano) e House Of Lies (exibida nos EUA pelo ShowTime, canal de Homeland). Confira um comentário sobre seus respectivos retornos:

Girls volta bem humorada e focada em relacionamentos


A série vencedora do Globo de Ouro 2013 como melhor comédia e melhor atriz de comédia, para Lena Dunham, finalizou a primeira temporada como se fosse uma introdução à vida adulta. O foco foi o confronto das escolhas da protagonista que anseia numa vida moderna, oposta das escolhas de sua mãe, uma vida no interior e conformista. Hannah tem um companheiro sexual, tentativas frustradas de trabalho, e tem o sonho de ser escritora. É uma jovem adulta que ainda vive uma ideia romântica da vida e vai do seu jeito sobrevivendo à realidade.

As lamentações da jovem continuam no segundo ano. São reclamações sobre adultos, o tédio ter de escolher responsabilidades adultas, como ajudar o companheiro machucado (visivelmente apaixonada por ele), mas prefere então uma nova companhia voltada ao sexual - pra não perder a sensação de liberdade de escolha e achar que está no controle. Além de tudo, ainda escolhe como companheiro para o apartamento um amigo gay. Tem algo mais moderno que isso? Porém, ela vai aos poucos lidando com os problemas que serão atribuídos à isso. Está interessante.


House of Lies retorna menos sexual e com promessa de romance


Vencedora no Globo de Ouro 2013 com a estatueta de melhor ator de comédia, para Don Cheadle, esse início da segunda temporada focou nos desdobramentos da reviravolta ocorrida no final da primeira. A fusão das empresas não ocorreu, porém, algumas mudanças foram feitas, e agora é uma mulher que vai cuidar dos funcionários - para afastas os boatos de assédio moral e sexual contra elas. Jeannie, personagem de Kristen Bell, ganhou um cargo por isso e assim não processar a empresa - já que ela que foi a chave contra a fusão, porém tocou em um tema perigoso para qualquer empresa.

Jennie também será o foco da temporada, pois, aparentemente, se abriu para Marty (Cheadle) e disse que o amava, na noite após a festa do final da temporada anterior. Ambos tentaram se lembrar o que aprontaram, se transaram ou não, pois estavam bêbados. A descoberta do que aconteceu mexeu com a moça que não esperava por isso. Outro tema que voltou foi a disputa pela guarda do filho, entre Marty e sua ex-mulher. Ela está mudando de vida e se preparando para ir ao juiz, enquanto ele está com medo, já que nem seu filho quer morar mais com ele. Será preciso reconquistá-lo. A série continua interessante e pelo que parece se recuperou dos equívocos cometidos na primeira temporada: os excessos de sexo e nudez gratuita. 

janeiro 22, 2013

Especial: As principais apostas para o ano na música!

"O ano dos retornos" é como foi intitulado em suas primeiras semanas.

Um novo ano já se iniciou e junto com ele as novas estratégias das gravadoras, porém a principal não é mostrar o que há de inédito. A princípio, "reutilizar" mostrou ser a palavra do ano, como já mostramos Justin Timberlake, David Bowie e Dido são alguns exemplos.

Além dos grandes retornos, a indústria fonográfica apela para um novo rumo: dar valor aos cantores que lançaram excelentes álbuns e EPs não explorados no último ano. Com relançamentos e maiores divulgações, eis alguns nomes que possivelmente alcançarão maior reconhecimento no ano: 


FRANK OCEAN


O rapper norte-americano Frank Ocean já é um sucesso, foi revelação no ano de 2011 e alvo de críticas após revelar-se homossexual (o que não é comum entre rappers), porém garante mais foco nesse ano devido a todas as 6 indicações ao Grammy pelo seu excelente álbum Channel Orange. A BBC deu a Frank o 2º lugar do "Sounds of 2012", reconhecendo o talento do cantor.
Para conferir: "Thinking About You".



KENDRICK LAMAR



Com seu segundo álbum de inéditas lançado no final do ano passado, o rapper americano tem tudo para ter um merecido sucesso! good kid, m.A.A.d city é o nome do seu segundo disco que garantiu lugar em todas as listas de melhores CDs de grandes revistas do ano passado.

O álbum tem tema polêmico: a sociedade e suas influências, que vão desde a violência dos subúrbios aos assuntos ligados a religião. São visíveis futuras indicações ao Grammy e as demais premiações dando maior valor a sua obra.
Para conferir: "Swimming Pools (Drank)"



SKY FERREIRA

A californiana, descendente de Portugueses e de Brasileiros, teve no ano passado o lançamento do EP Ghost e conseguiu certa repercussão. Nesse ano a cantora foi moldada por sua gravadora para conseguir mais destaque, prova disso é a sua participação no novo editorial da Yves St. Laurent. Suas músicas tem sonoridade de alta qualidade, influência nos 90's e um pop bem distinto.
Para conferir: "Lost In My Bedroom"



AZEALIA BANKS

Muito já se ouviu falar desta rapper em 2012, lançou seu primeiro EP intitulado 1991, que lhe garantiu um Hit no Reino Unido, a faixa 212 com a parceria de Lazy Jay. A cantora está produzindo seu primeiro álbum de inéditas: Broke With Expensive, tem lançamento marcado pro 1º semestre desse ano e já tem seu primeiro single revelado, BBD (Bad Bitches Do it). A personalidade é marcada  em suas músicas por serem construídas em cima de samples clássicos do pop, e um hip hop de rimas sujas, porém hilárias.

Seu reconhecimento foi tão grande que gerou duas parcerias, ainda inéditas, com a cantora Lady Gaga - as faixas devem fazer parte do novo álbum de Gaga. Se procura por coisas mais sérias, não encontrará nada além de diversão em Azealia.
Para conferir: "Atlantis"



HAIM

As queridinhas de 2013! A BBC elegeu o trio com o primeiro lugar do "Sounds Of 2013", estão presentes em todas as listas das novidades do ano, e estão super produzidas com selo da Polydor Record. As irmãs norte-americanas possuem imagem totalmente comercial, com estilo hipster e uma sonoridade que lembra os 80's, possuem um estilo folk pop, divertido e retrô. A crítica chama o trio de "crise criativa".

Estão as meninas do HAIM com o suficiente para ser o "grande boom" do ano? Fica a dúvida.
Para conferir: "Forever"



ALUNA GEORGE

A dupla é uma das grandes apostas no Reino Unido, um R&B de qualidade, porém é ausente a personalidade. AlunaGeorge está conquistando espaço no mercado, exemplo disso é possuír um dos álbuns mais esperados do ano pela BBC, intitulado Body Music tem lançamento marcado para junho deste ano.
Para conferir: "You Know You Like It"

E você tem o seu preferido? Em quem apostar?

janeiro 21, 2013

Crítica: 'Homeland' e o explosivo final de temporada

Segunda temporada termina com ainda mais dúvidas sob Brody


Para aqueles que duvidavam sobre os caminhos de Homeland, podem continuar duvidando. Ainda não chegou o momento em que a série perdeu seu principal foco: o intrigante Brody (Damian Lewis) e em qual lado ele está. O final da segunda temporada, exibido no último domingo (22) pelo FX Brasil, só confundiu ainda mais os rumos que a série pode tomar. A maior preocupação é na durabilidade que o seriado poderia ter com uma trama tão complexa e vulnerável ao mesmo tempo. E o caminho segue agora com a visão ainda mais turva. Não temos apenas Carrie (Claire Danes) seguindo o rastro de Brody, e sim toda a segurança nacional dos Estados Unidos. Isso se ele ainda é culpado pelo atentado visto nesse eletrizante final de temporada.

Apesar de Homeland ter começado com o ritmo lento, nesta temporada a CIA foi o principal foco da trama do seriado e o suspense foi crescendo junto com o jogo de gato e rato contra Abu Nazir (Navid Negahban). Conhecemos melhor personagens com princípios questionáveis que comandam a instituição, como David (David Harewood) que além de usar Brody para pegarem o terrorista Nazir, ainda fizeram uma conspiração contra ele, para apagar qualquer vestígio de que usaram um terrorista como ajuda. Para isso, foi chamado o fuzileiro Quinn (Rupert Friend) - que, mostrando humanidade, não consegue cumprir a missão. Não que o veterano de guerra e convertido pela religião muçulmana não merecesse um castigo, já que ele chegou muito longe como terrorista. Foi uma temporada também fundamental para entender a cabeça de Carrie, cada vez mais apaixonada pelo agora ex-congressista. Um aprofundamento na filha de Brody também chegou a ganhar destaque, inclusive intensivando a relação dos dois. Mas no fim não teve pra ninguém, ninguém sabe ao certo quem é ele.

Esse trunfo que agora é levado com tudo para uma terceira temporada, foi tratado de forma tão extraordinária como no final da primeira temporada, quando Carrie tem uma nova suspeita, porém começa seu tratamento de eletrochoque. Só que agora a tensão foi intensificada com o atentado contra a CIA - algo que foi interrompido de último momento na primeira temporada quando o alvo era outro. O último episódio foi essencial para deixar aquela exclamação na cabeça de todos. Brody, inimigo ou amigo? Ele fez tudo para salvar Carrie, inclusive matar o vice presidente? Ele finalizou o plano de Nazir contra a CIA, ou não sabia de nada? Ele se aproveitou de Carrie e seus problemas psiquiátricos e assim fugir? Carrie tão boa como agente da CIA erraria mesmo em escolher se deixando levar pelas emoções, chagando a abrir mão da carreira? Mas isso pouco importa, Brody agora é tratado como foragido e Carrie o ama.

Uma temporada que conseguiu segurar a grande tensão da trama até o seu final, chocando com a explosão, mostrando Nazir sendo jogado ao mar (ambas cenas bem produzidas e marcantes) e fazendo o espectador prender a respiração sobre o que aconteceria ao casal mais surreal da TV americana. Resta saber se esse fôlego ainda será forte para Homeland continuar prendendo o público por mais temporadas, ou os roteiristas saibam logo dar uma caminho novo à trama. Mas é complicado quando se tem um bom time de atores desempenhando tão bem seus papéis, e ainda sendo consagrado por dois anos seguidos como melhor série dramática do ano no Globo de Ouro e desbancando Mad Men como melhor série no Emmy. É a série do momento sem sombra de dúvidas - pelo menos isso pode se ter clara certeza.

janeiro 20, 2013

Crítica: 'Django Livre' traz diversão sanguinolenta

Novo filme de Quentin Tarantino é faroeste com muito catshup


Existe na indústria cinematográfica uma questão que há anos tem ganhado debates pela sociedade à fora: a violência nos filmes. E como não podia ficar fora da roda, o diretor que é exímio em explorar essa natureza nos roteiros que falam sobre criminalidade e vingança, Quentin Tarantino. Com um currículo que tem desde o cultuado Pulp Fiction - Tempos de Violência (1994), passando pelo sucesso comercial Kill Bill (2003 e 2004) até o consagrado Bastardos Inglórios (2009), Tarantino equilibra os diálogos banais e naturais tanto quanto os profundos, com as cenas de ação sanguinolentas e que não economizam na sordidez de eventos cabulosos. Em Django Livre (EUA, 2012), ele mescla o advento da violência até bem, porém, numa sociedade marcada por massacre em escolas, qualquer gota de sangue à mais causa repulsa.

Felizmente, outras questões mais pertinentes - ou não - voltaram a serem comentadas. O filme toca no espinhoso assunto da escravidão e, como em Bastardos Inglórios que contou uma trama sobre nazismo de uma forma original, criativa, Tarantino apresenta uma versão faroeste com todas suas características, humor, a trilha sonora eclética e que desvirtua da época em que a história se passa, sua edição rápida, caraterizações marcantes e os diálogos imprevisíveis. Junto com a escravidão, tem uma parcela do público que não concorda com termos usados, acusando-os de pejorativos e racistas. Seja lá porque essa parcela se incomodou, já que a mensagem do filme é positiva contra a escravidão e brinda Django (Jamie Foxx) como herói absoluto, apesar de ter tido apoio do alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz), o caçador de recompensas que utiliza o negro como parceiro.

Em outras vertentes, fica claro que uma corrente dentro da indústria precisa encontrar formas de criticar grandes obras, ainda mais quando existe a possibilidade desses se saírem vencedores de prêmios como o Oscar e o Globo de Ouro - o mesmo drama passa a diretora Kathryn Bigelow, acusada de promover a tortura no seu último filme A Hora Mais Escura, e isso não lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Em Django Livre, não existe nenhuma tentativa de polarizar as duas polêmicas levantadas pela turma moralista e hipócrita norte-americana. Tudo é mais uma visão de um diretor que tem muita preocupação em contar uma história, mas sempre do seu jeito, de forma satírica, exagerada.

E exagero é o que mais tem em Django Livre, e infelizmente são eles que desequilibram a boa história contada. Sua longa duração, mesmo que não incômoda, poderia muito bem resolver questões que ficam abertas no filme, como o passado de Django - os flashbacks contínuos preferem focar no seu amor pela amada, repetidas vezes e não mostram como ele conseguiu se destacar tanto. O seu treinamento também não é bem mostrado - se limita nas cenas de tiros contra um boneco de neve, e mais à frente eles retornam com as mesmas imagens, tentando mais uma vez explicar como ele consegue ser tão bom (porém, não causa emoção, dado aos exageros já mostrados anteriormente). A utilização da trilha sonora impactante é um fato positivo, mas falta sutilidade no uso.

A violência mesmo só choca quando tem cenas envolvendo cães destroçando um homem ou a luta entre os dois escravos, que sem dúvidas são mais fortes que o comum. De resto, é tudo muito catshup, algumas cenas provocam risos, e não estão na necessidade oferecer apenas barulho por nada - fazem parte do roteiro como entretenimento, uma ousadia do politicamente incorreto diretor. Não é pra todos, e Tarantino nunca foi pra todos. Ainda é possível se deliciar com a caraterização dos personagens, em sua maior parte os coadjuvantes como Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio e Samuel L. Jackson, sem dúvidas roubando toda a cena em que aparecem. Inclusive Tarantino fecha bem o ciclo de seu debate sobre escravidão e racismo mostrando um branco que está à frente do seu tempo com personagem de Waltz, ousado e coloca um negro ao seu lado montando um cavalo e pedindo para que o tratem como um branco, e o de Jackson, um lacaio puxa-saco que fica ao lado do patrão e ordena castigos contra os próprios negros da casa em que serve.

Direção marcante, apesar dos poucos deslizes, roteiro interessante e com bons diálogos (como de praxe) e uma estética atraente, original, bem produzida. Tudo isso faz de Django Livre uma boa aventura, fácil de se envolver e que tem uma mensagem otimista. É sua forma de ver um filme de faroeste, assim como já recriou um filmes sobre a segunda gerra mundial ou o gênero de arte marciais. E se até hoje os assuntos tratados incomodam, é porque existe alguém por aí que anseia em produções menos ousadas, que desafiam a capacidade crítica e reflexiva de obras oponentes e feitas à massa. Engraçado, pois Django Livre nem chega a tocar tanto quanto algumas obras de Tarantino, e morreria na praia se fosse comparado com filmes mais sérios e filosóficos. Debate sobre violência e preconceito é sempre bem vindo, mas levar esse filme como exemplo, é caminhar pelo lado menos interessante dos assuntos.

Trailer:



janeiro 19, 2013

Música: Dido lança novo álbum em março

Cantora lança novo single e promete álbum otimista


A voz doce da cantora britânica Dido é um sucesso internacional. Com três álbuns lançados (No Angel em 1999, Life for Rent em 2003, Safe Trip Home em 2008) e mais de 29 milhões de cópias vendidas pelo mundo, a dona de hits como Thank You e White Flag, se prepara para o lançamento de Girl Who Got Away, que tem lançamento marcado para 4 março deste ano.

Em comunicado da gravadora Sony Music, o álbum foi gravado durante sua gravidez e é produzido ao lado de seu irmão Rollo Armstrong, fundador da banda Faithless. Segundo as informações, o novo disco promete músicas sobre desafio, esperança e corações partidos, com base em sons eletrônicos e na união da Dido clássica com a contemporânea. O time escolhido para ajudar na composição das novas músicas, contam com nomes de Brian Eno, Jeff Bhasker, Rick Nowels e Greg Kurstin.

Indicada ao Oscar 2011 com a canção If I Rise, do filme 127 Horas, composta com A.R. Rahman, Dido contou mais sobre o processo de gravação. "Escrevi todo o álbum antes de ficar grávida e boa parte dele gravei durante a gravidez. É divertido lembrar as sessões de gravação, já que enquanto eu cantava sentia que o bebê me dava pontapés", relembrou a cantora, que dedicou o último ano a sua nova família.

Ainda segundo o comunicado, o álbum é "otimista", no qual há espaço para "o canto ao amor verdadeiro" - como na faixa No Freedom, primeiro single do disco -, mas também para a dor de uma ruptura, como em End Of Night. Sabe-se que esse novo disco tem o nome de uma das músicas favoritas da cantora e que resume seus sentimentos nos "últimos anos", quando decidiu fazer uma pausa em sua carreira para "formar uma família" e gravar um álbum capaz de deixá-la "orgulhosa". Promete.

Enquanto março não chega, confira o vídeo promocional de No Freedom:

janeiro 17, 2013

Música: David Bowie, o camaleão do Rock, retorna revolucionário e ambicioso

Aos 66 anos, o britânico David Bowie prepara o território para lançar seu 30º álbum


O cantor e compositor David Bowie anuncia a sua volta! Conhecido como Camaleão do Rock por sempre transformar álbum após álbum toda a sua figura, maneira de agir e música, tem seu retorno marcado com um espírito revolucionário. Bowie resolve adotar o passado e toda sua visão no cenário da música como tema central do curioso novo disco, intitulado The Next Day. Veja sua capa abaixo:


Sobre o trabalho, o responsável pela arte comenta:
"A capa do 'Heroes' coberta pelo quadrado branco é sobre o espírito do grande rock ou pop que é do momento: obstruir o passado. No entanto, sabemos que nunca é assim. Não importa o quanto a gente tente, nunca nos libertaremos por completo do passado [...] Nós queríamos que a capa fosse o mais minimalista e não-produzida possível, então sentimos que a solução mais elegante seria reaproveitar a capa de 'Heroes' e simplesmente riscar o título do disco antigo" - afirma Jonathan Barnbrook,
O cantor revelou a todos o primeiro single do álbum, a melancólica faixa Where Are We Now?, que retrata assim como seu videoclipe um homem perdido no tempo na cidade de Berlim, Alemanha, onde Bowie teve suas maiores criações musicais, inclusive Heroes. Confira:


A música tem uma composição instrumental fantástica e clássica, baseada em elementos de sua carreira musical. O álbum é uma proposta ambiciosa e tem estréia marcada para o início de março, mas já pode ser comprado em pre-order em seu site oficial.

janeiro 15, 2013

Música: O elegante retorno de Justin Timberlake

Novidades quentes sobre sua volta ao mundo da música


No ano passado o americano Justin Timberlake anunciou o seu retorno aos estúdios, após ter se dedicado ao mundo do cinema. Desde então os rumores de um novo álbum de inéditas começaram a surgir e confirmados essa semana pelo próprio em um video publicado em sua conta do YouTube. Logo após foi liberado o novo single do cantor, intitulado Suit and Tie. Ouça:


A música foi produzida por Timbaland e possui uma introdução pesada, logo após se transforma em um instrumental oitentista de extrema qualidade - uma mistura dos estilos Soul e R&B - e recebe a parceria do rapper Jay-Z. Bem diferente das canções que tocam nas rádios atualmente, a faixa é uma notável referência ao passado e provavelmente participará de seu novo álbum de inéditas, nomeado The 20/20 Experience.  O lançamento do álbum é previsto para março deste ano.

janeiro 14, 2013

Moda: O tapete "nude" do Golden Globe Awards 2013

Neste domingo, 13 de Janeiro, aconteceu uma das premiações mais esperadas do cinema e da televisão. Embora o Globo de Ouro não seja a primeira premiação do ano (acredito que neste quesito o People Choice Awards sai na frente), é a premiação mais popular que marca o início da temporada de premiações mais importante. Afinal, após o GG, vem o Grammy e vem o Oscar (que a cada ano que passa fica mais chato e injusto).

Como acaba sendo meio praxe entre eu e o Ivan, sempre fazemos comentários no twitter sobre algumas premiações, e este ano rolou uma pequena cobertura aqui no blog, quem entrou durante o GG deve ter visto nós dois tweetando feito dois doidos (eu muito mais, admito) sobre o que estava acontecendo.

Neste post, falarei sobre os looks que eu mais curti, com direito a um top3! ;)



Este ano tivemos as sempre lindas e ainda mais engraçadas, Tina Fey e Amy Poehler como anfitriãs da premiação! No tapete vermelho, Tina e Amy estavam divinas, lindas lindas! Tina, que apostou numa tendência (que embora nunca tenha saído de moda) que está crescendo: o duo preto&branco. O vestido é de L'Wren Scott; já Amy Poehler resolveu ir um pouco mais séria, num terninho de Stella McCartney, e um lindo colar para quebrar a atenção do decote. (A imagem abaixo é interativa, há um vídeo do monólogo de abertura das duas!)


Em relação à tendencias, acredito que todos estavam super ansiosos para verem as escolhas de todos os artistas, e após o tapete vermelho, muita gente ficou um pouco desapontado. Embora o dia estivesse lindo, estava muito frio no local da premiação. Como todos sabem, o EUA está no meio do inverno. Porém, muitos estavam esperando ver artistas vestidos com cores mais alegres, quentes, fora do comum. Muitos se decepcionaram ao se darem de cara com mais do de sempre de vários: muitas cores neutras (ok, é tendencia, está em alta, blah blah blah), muito preto, muito vestido parecido com todos por causa de sua cor ou formato. Poucos artistas usaram cores, Marion Cotillard (de Dior laranja, chiquérrima), Jennifer Lawrence (Dior Haute Couture vermelho), Zooey Deschanel (de Oscar de la Renta vermelho), Claire Danes (de Atelier Versace vermelho) para citar algumas que escolheram a cor vermelha para saírem da monotonia sem sair de suas zonas de conforto.  (Leia mais abaixo)

janeiro 13, 2013

Crítica: 'Cloud Atlas - A Viagem' filosofa sobre a vida em diferentes gerações

Filme expõe questões ao ser humano que não possui respostas, apenas a fé e o amor


Muito se diz sobre o filme pelo marketing usado pelas distribuidoras. Em Cloud Atlas - A Viagem (Cloud Atlas, 2012), por exemplo, apesar de ser vendido internacionalmente como uma ficção científica filosófica, no Brasil os ares de filme espírita ganharam mais força. O trailer tem uma narração que muito lembram filmes espíritas que fizeram sucesso por aqui como Nosso Lar e Chico Xavier, além do nome que ganhou, A Viagem, fazendo alusão direta à novela com a mesma temática que a Rede Globo cansou de reexibir nos últimos anos. E faz sentido, numa complexa trama sobre diferentes épocas e gerações, como o mesmo poster adianta: tudo está conectado. E mais do que isso, a vida dos personagens estão ligados de forma à traçar paralelo entre os diferentes períodos, porém, com os mesmos personagens, numa espécie de reencarnação. Mas, para aqueles que não gostam da temática religiosa, a boa notícia é que o filme vai além disso.

São várias histórias contadas no longa, entrelaçadas de maneira que remetem as ações e reações que se desdobram mais à frente. No meio disso tudo, a humanidade dos protagonistas é testada em cada problema da época, seja a escravidão, a revolução de ideias (e quem deseja roubá-las), usinas nucleares e homens perigosos e ambiciosos, a falta de liberdade numa época banal como a nossa, um futuro regido à força pelo estado que faz absurdos com empregadas em Seul, e um futuro além que contempla a vida espiritual, mas vive em meio à bárbaros canibais, após do acontecimento chamado "A Queda" com o fim da dinastia opressora. Tudo isso com grandes atuações de Tom Hanks, Halle Berry, Hugh Grant, Susan Sarandon, Jim Broadbent, Hugo Weaving, Jim Sturgess, Ben Whishaw, Keith David, David Gyasi, Zhou Xun e Doona Bae.

O longa utiliza os personagens centrais para mostrar como em diferentes momentos, eles estão diante de desafios morais e éticos e que de acordo com suas ações, podem definir o que vai acontecer no futuro. De uma forma otimista, junta os heróis e vilões, que mudam de maquiagem e até de sexo, de acordo com o grau de sua participação nesses desafios. Contudo, algumas histórias mostram como a civilização humana dá voltas e voltas nas mesmas questões, como a liberdade que vira um dos temas centrais em todas as histórias, seja na liberdade de sua consciência (o caso do músico à beira de cometer suicídio), seja pelo escravo à bordo de um navio, pelos velhinhos presos na casa de repouso que age com maus tratos, a jovem empregada que, literalmente, tem uma coleira no pescoço e o povo sobrevivente que foge dos canibais.

A produção, que é assinada pelos diretores de Matrix, Andy e Lana Wachowski, além de um terceiro, Tom Tykwer, usa como base das conexões do roteiro, não apenas o lado espiritual, mas se apóia também à filosofia do que rege a vida. Os demônios que perseguem os seres humanos, suas crenças, suas obsessões, seus erros, sua bondade, entre outros, mas principalmente o poder do livre arbítrio, que é fundamental para manter a máquina da vida em constante movimento. O sentido da vida também é colocado em questão. Contado de forma como um quebra-cabeças, percebe-se como em todas as épocas, várias questões iguais vão surgindo, mas as ações dos personagens vão se repetindo ou não - dependendo da índole dos envolvidos.

Porém, apesar de seis mãos dirigindo o longa, e um roteiro interessante e bem intricado, A Viagem não está longe de problemas. Alguns clichês ficam pesados num filme de quase 3 horas de duração, como o excesso de sentimentalismo ao voltar repetidamente na questão "o amor é o mais importante" ou as explicações à todo momento de períodos óbvios. Cenas que pouco acrescentam em determinadas histórias, também desgastam a paciência, mas nem de longe comprometem o longa que tem sua necessidade de ser comprido. Não é tão confuso como dizem, apenas sendo contado de uma maneira não linear, dando a chance ao espectador captar pistas que interligam as histórias. A forma que é mostrado, também ajuda a equilibrar a ação e o drama, mesclando os ótimos efeitos especiais, com a maquiagem eficiente, uma direção de arte sofisticada para todos os momentos e a poderosa trilha sonora. Um bom filme, que requer paciência, mas não entediará aquele espectador afim de sentir uma boa e inteligente história.

Trailer: