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agosto 29, 2012

'360' dá uma volta ao vazio existencial e sexual

Sexo e relacionamentos se perdem em excesso de tramas e personagens


Tema que geralmente vem cercado de controvérsia, o sexo é um dos atos que mais causam impactos nos relacionamento pessoais que rondam o mundo. Banalizado ao extremo, tratado como produto e ainda principal forma de prazer entre amantes, ele é, como diria Freud, a base de todo o comportamento humano. Partindo desse raciocínio, o novo filme do brasileiro Fernando Meirelles, 360 (2012) pega carona no ato e mostra uma sociedade cada vez mais globalizada (cinematograficamente cada vez mais) em que não importa o nível social ou etnia, sexo é quase como a matemática no sentido de linguagem universal.

A premissa do longa parte de diferentes tramas que se conectam seja pelo sexo em si ou relações que vão sendo criadas a partir da intenção de se fazer o ato. Seja na visão da prostituição, na vontade de trair, do traidor, no ponto de vista do traído, do psicopata sexual, do idoso, do religioso e por aí vai. É uma linha que vai dando uma volta em personagens que se veem presos numa estagnação de seus relacionamentos, na necessidade de conseguir dinheiro ou basicamente na atração momentânea que surge no trabalho e até mesmo na rua.

Não é difícil perceber como o filme traz um roteiro que tenta ao máximo dá um tom documental ao longa, favorecendo atuações que fluem naturalmente, cercada de acaso e coincidências. Mas não chega ser absurdo, afinal, a proposta nem chega a surpreender ou mostrar algo que seja mais do que a realidade peça. Existe algum suspense, principalmente nas cenas no aeroporto de Denver entre os personagens de Ben Foster, Maria Flor e Anthony Hopinks e também em seus desfecho, mas nada que cause maior comoção. A nuca que funciona como um forte ponto sexual, aqui é explorado de várias formas na visão de Meirelles, que abusa de closes nessa região dada às circunstâncias do momento - um mérito do diretor.

Essa, provavelmente, foi uma tentativa de se falar sobre sexo e o contexto da globalização de uma maneira linear e leve, mas, que infelizmente ficou apenas na superficialidade. Os personagens aqui são tratados apenas de forma de solucionar o problema jogado, sem ousar em expandir um pouco mais as questões. O que se leva é que, além do amor, casamento e sexo como produto, o ato também é a válvula de escape mais usada para preencher qualquer vazio, só que as pessoas não medem as consequências, que muitas vezes são inesperadas ou, por sorte, "terminam" de forma positiva.

Trailer: