Terminou no domingo (05) no Studio Universal, a temporada da dramédia Nurse Jackie, seriado estrelado pela vencedora do Emmy pelo papel, Edie Falco. Falei aqui sobre a fraca terceira temporada, e o primeiro episódio desta temporada, da qual, Jackie finalmente foi para a Disneylândia, ou melhor, a reabilitação.
E foi uma temporada movimentada, diferente da terceira. Jackie tem se esforçado como muito suor para controlar sua vida que agora está cheio de pontas soltas: a abstinência de drogas, divórcio e a profissão. O novo chefe do All Saints, interpretado por Bobby Cannavale (indicado ao Emmy deste ano), conseguiu desafiar ainda mais o mito que Jackie se transformou no hospital, quando viu esta liderando e sempre colocando ordem no local, sem perder a humanidade e vencendo a burocracia. Apesar de todos os problemas, seus colegas de profissão e amigos, não abandonaram a enfermeira chefe, pois sabem que Jackie tem um lado impecavelmente limpo.
Porém, seu problema com as drogas a fez perder parte de sua credibilidade, já que mentiras são a forma mais frequente de se manterem os vícios. Além de complicar sua vida profissional, o divórcio com o marido foi intensificado por uma luta para se conseguir a guarda das duas filhas, até que ambos os lados entraram em um acordo. Por mais que Jackie tente seguir o sistema e equilibrar sua vida, ela não consegue. E no último episódio é que ela encontra a fórmula. Sua válvula de escape que sempre foi se drogar, agora é bater de frente com o sistema, botar pra fora suas emoções.
Encontrando um alívio, ela ensinou o mesmo caminho para sua filha mais velha, que tem problemas psiquiátricos e já precisava tomar medicamentos. Mais do que uma reabilitação (que não durou os 28 dias necessários), o que Jackie conquistou foi uma libertação de tudo que o sistema diz que é o correto, mas que na prática, não funciona desse jeito. O controle de sua vida não vem com as regras estabelecidas por um governo que trata as pessoas de forma generalizada - episódios tocaram na falha licença maternidade e a crítica ao sistema de saúde norte-americano que sempre fora um tema recorrente na série.
A morte de Charlie, filho do chefe, da qual, Jackie criou um laço de amizade, vai bagunçar ainda mais as coisas, porém, mostra o caminho certo que ela tem seguido, já que era questão de tempo que ela tivesse o mesmo final se continuasse com seus vícios. A vontade de ficar limpa, a perseverança da protagonista lhe rendeu a oportunidade de chegar a tempo de visitar a amiga que acabara de dar à luz, sinalizando um recomeço e uma forma de agradecimento por todo o apoio da Drª Ohara com a amiga. A temporada ainda rendeu uma indicação do Emmy à hilária Zoey, interpretada pela Merritt Wever. Sua personagem ganhou um foco maior e ela roubou a cena diversas vezes.
Uma temporada que fez a série amadurecer e promete novas emoções para um novo ciclo. Jackie pode ter tomada o rumo necessário no momento, mas o vício é uma doença traiçoeira, e o que ela já fez pelas drogas não pode ser esquecido. Por enquanto, ela é a deusa do All Saints.