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fevereiro 13, 2013

Crítica: As ditaduras de 'The Walking Dead' e 'Fringe'

Séries retornam com semelhanças gritantes e qualidades questionáveis



Dois marcos importantes ocorrerem nos últimas dias para os fãs de séries e que pacientemente esperam suas estreias no Brasil: os retornos de Fringe e The Walking Dead. A primeira iniciou sua quinta e última temporada no sábado (sendo que já finalizou seu ciclo nos EUA, pela FOX) e finalizou no domingo pela Warner Channel. Sim. O canal fez uma maratona dos treze episódios da temporada final. Já a série de zumbis retornou no último domingo nos EUA pela AMC (registrando recorde de audiência mais uma vez) e no Brasil, ontem (12) pela Fox Brasil. E as duas se encontram num momento único e similar: a ditadura. Uma está com  o mundo e sua liberdade tomada pelos Observadores, raça de humanos evoluída, e a outra, pelo Governador.

Ao ver o primeiro episódio de Fringe, depois de uma quarta temporada fraca, entende-se que apesar da série ter contado tanta história, envolvendo universos paralelos, teorias científicas absurdas postas em prática, vilões terríveis, monstros e a constante luta do bem contra o mal, chega-se a uma vertente básica. Em um futuro distópico, o Planeta Terra está tomada pelos Observadores, aqueles seres evoluídos que viajam pelas galáxias presenciando fatos históricos e revolucionários. E cabe a organização Fringe, congelada e liberta em um âmbar em 2036, acabar com a ditadura. Esses Observadores não acreditam nos humanos e dizimaram parte da população, e agora busca extingui-la mais ainda.

O primeiro episódio foi basicamente a união da organização antiga com a nova, que entre eles está a filha do casal Peter e Olívia. Walter que tinha um plano em sua mente, o perdeu depois que desfragmentou seu próprio cérebro para não dar informações quando fora capturado por um dos Observadores - algo que vai servir para enrolar mais um pouco. Fringe entra em sua temporada final, menos complexa, mais objetiva e inteligente sem soar confusa. Artifícios como a importância música e da cultura em meio a uma ditadura, são sempre bem-vindos, juntando aos bons efeitos especiais, porém fica meio complicado entrar nessa história dos Observadores, que são tão frios, mesmo tão elevados. Ok. É como O Dia em que a Terra Parou, clássico cinematográfico de 1951, e tem referência da mais pura literatura de ficção cientifica como o próprio episódio citou Isaac Asimov, mas faltou uma explicação mais verossímil.

Outra ditadura que persiste está em The Walking Dead, porém, em ruínas. Depois da metade dessa terceira temporada, mostrando a história de Woodbury e seu inescrupuloso Governador, o seriado retornou do ponto onde parou: Merle e Daryl no ringue e os sobreviventes tentando libertá-los. Quer dizer, libertá-lo. Depois de fugirem do local, criou-se uma tensão, Daryl deixou de ser esperto e ficou do lado do irritante irmão, mas Rick seguiu um pouco  de bondade que lhe resta para ajudar Michonne. Criou-se mais atrito, já que Gleen, machucado ao extremo julgou Rick por não ter matado Merle. O povoado de Woodbury está em ruínas, assim como a confiança dos moradores pelo Governador. Uau. Eles preferem sair dali, nada mais inteligente que o líder disse à Andrea: deixe-os ir. Outro núcleo com destaque, são os novos sobreviventes que chegaram à prisão de segurança máxima onde está o xerife. Eles são tão apáticos, que só consigo pensar numa coisa: mais coadjuvantes para zumbis devorarem. Sério que eles querem trair a confiança do grupo? É quase um revival de Lost.

Infelizmente The Walking Dead tem caminhado com um roteiro desinteressante e focando numa ação pouco original, que tem como base vingança e briga por território. Esse retorno, assim como o final da primeira metade, estão longe de serem tão impactantes como a temporada anterior. Tudo soa superficial. Algumas são interessantes como o caso de Rick sua mudança de comportamento que é fato mais intrigante até o momento, como diz o título do próximo episódio, sua alucinação foi seu suicídio como lider assim como o Governador assassinando na frente da multidão - só que o primeiro caso tem sido contado de forma ridícula, depois do telefonema do além, agora Rick vendo o fantasma de sua esposa com um vestido branco (!). É... quero ver quando a fórmula de "jeitos interessantes de matar zumbis" acabar, o que eles vão arranjar. Mas é óbvio que o melhor está sendo guardado, então é ver e forçar um pouquinho nos debates, afinal, é isso que fazia Lost, e outras séries do gênero, serem tão interessantes.

 Promo do próximo episódio:

 

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