Depois de uma primeira temporada rebuscada, a parte técnica impecável e um roteiro ousado e que prende a atenção do espectador, chegou a hora da segunda temporada de Game of Thrones, uma das melhores estreias de 2011. E nesse primeiro episódio a impressão é que serviu para continuar quase exatamente do ponto em que a jornada parou. Baseando-se no segundo livro, A Fúria dos Reis, da saga As Crônicas de Gelo e Fogo de George R.R. Martin, o seriado intercalou momentos em mostrar diversos núcleos que mais parecem peças do enorme tabuleiro (a abertura da série que passa essa ideia vai mudar conforme anda a trama). O vencedor, é claro, fica com o Trono de Ferro que governa os sete reinos de Westeros.

A série retornou no último domingo (1) e foi exibida na tv paga brasileira pela HBO Brasil simultaneamente com sua estreia nos Estados Unidos, tendo opção de exibição legendada ou dublada - estratégia rara e eficiente. O primeiro grande lance e que será aproveitado melhor nesta segunda temporada, é focar no personagem Tyrion Lannister, que rendeu ao ator Peter Dinklage o prêmio de melhor ator coadjuvante no Emmy e no Globo de Ouro. Uma das peças importantes, ele busca ficar no controle do jovem Joffrey, atual rei, porém vai entrar em atrito com a mãe do rapaz, Cersei.


O episódio ainda introduziu novos personagens como Stannis Baratheon (Stephen Dillane). Ele recebeu uma carta de Ned, da qual, revela que Joffrey nada mais é que fruto de um incesto o que invalida seu poder de ficar com o trono. Stannis é senhor de Dragonstone e irmão do falecido rei Robert Baratheon, assassinado sob comando de Cersei, e seu objetivo agora é conquistar o trono. A sede pelo poder também é característica de Davos Seaworth (Liam Cunningham), um dos conselheiros de Stannis, que tem como seu braço direito a sacerdotisa Melisandre (Carice van Houten). A misteriosa mulher consegue ver parcialmente o futuro e acredita que ele é uma espécie de Messias. Entretanto, pode se notar que detentora de poderes valiosos, ela não é digna de confiança, mostrando-se manipuladora.
O primeiro episódio foi equilibrado, tentando ao máximo situar o público do andamento da trama. A complexidade e as variadas histórias e personagens podem ainda confundir o espectador mais leigo, então vale dar uma pesquisada sobre personagens e suas respectivas situações, caso não tenha simpatia (tempo) com os livros da saga. Para primeiro evento, Game of Thrones não superou, nem decepcionou as expectativas, mas espera-se que a engrenagem ganhe mais movimento no decorrer dos nove episódios desta temporada.