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novembro 02, 2012

Crítica: Reestreias de 'Homeland', 'The Walking Dead', 'Grey's Anatomy' e 'Boardwalk Empire'

Seriados trazem novas emoções e algumas decepções inevitáveis...

Com poucas semanas desde suas estreias nos Estados Unidos (algumas com apenas dias de diferença), quatro importantes séries chegam à TV brasileira com novas temporadas. Como está complicado encontrar tempo e paciência pra acompanhar sem precisar de gravá-las e assistir depois, esse vai ser um comentário superficial. Cada série será discutida com mais aprofundamento no final de suas respectivas temporadas.

Homeland segue com ritmo estável

Passado o Emmy e a conquista dos principais prêmios (melhor ator, atriz e série de drama) o seriado desbancou a supremacia de Mad Men e já faz parte da história da TV norte-americana. Merecido? Talvez. Mas isso pouco importa. Nesse retorno, Carrie (Claire Danes) vive uma vida tranquila, depois do tratamento por eletrochoque que passou no final da temporada anterior. Mora com a família, mas desdobramentos de seus relacionamentos anteriores em outros países, como agente da CIA, à levam mais uma vez ao Iraque. Enquanto isso, Brody (Damian Lewis) está à caminho da cadeira de vice presidente na corrida eleitoral que ocorre à dois anos. Ele recebe ordens de cometer atentados maiores do que foi programado a fazer, mas não conseguiu. Eu vi apenas o primeiro episódio, então por enquanto a série está estável e pelo que andei lendo, ainda vai esquentar.

FX, domingos, às 23h


The Walking Dead: o pessimismo e otimismo duelam

Dois episódios vistos após uma temporada maravilhosa e a questão é: a série de zumbis é a melhor de terror/suspense desde Lost. Não que Lost seguisse esse gênero, mas é fantasia e o mais próximo que pode se citar. Pessoas reclamam da repetição da fórmula dos episódios, mas deve-se levar em consideração o seguinte: a história de The Walking Dead é parecida com a de Lost, como se fosse limitada à uma ilha, mas não no sentido literal e sim no roteiro. A sua construção é ainda mais complicada quando não existe o sobrenatural e outros adventos como viagens ao tempo. Mas à cada episódio a subjetividade em torno da situação dos personagens, reflete nos melhores momentos da série. Esqueça os zumbis e foquem nos humanos. Uma mulher grávida em meio ao apocalipse humano, se ele morrer, ela pode ser devorada por dentro. Um futuro obscuro. No segundo episódio, o mais velho do grupo, o "médico" é mordido e fica entre a vida e a morte. Essa mordida traz mais pessimismo, mas no fim ele acorda, e bem - ponto para o otimismo. Um sinal de esperança mesmo que por pouco tempo. Um bebê que no lugar de trazer à luz, é trevas e um idoso sem perna é o único sinal de esperança. Isso e outros exemplos como a desumanidade que vai tomando conta dos sobreviventes - e o foco da temporada, o tal governador, nem apareceu pra mim ainda. Ainda vale a pena!

FOX HD, terças, às 22h15

Grey's Anatomy e o melodrama que beira o insuportável

Nona temporada e se não for cancelada, será abandonada. Não tem como. Demorou para Christina Yang (Sandra Oh) perceber que precisava se afastar de Seattle porque aquele lugar só lembra tragédia. E me vem Meredith Grey (Ellen Pompeo) me dizer que 'a vida é assim'. Se isso fosse dito à duas temporadas atrás, eu concordaria, mas não. Grey's Anatomy esperou muito tempo para se olhar no espelho e perceber seus defeitos e fazer o público aceitá-los. Depois de tanta morte, o seriado cai na repetição e absurdos sem igual. Personagens se tornaram desinteressantes e vai precisar muito mais do que uma nova turma de internos para melhorar a situação. Não tem como, nem a mágica dos milagrosos roteiristas, está na hora de acabar.

Sony HD, segundas, às 22h

Boardwalk Empire: uma série fadada ao ostracismo

A primeira temporada foi boa. Muito boa. O selo de garantia do diretor Martin Scorsese e sua produção pela HBO fez a crítica e o público respeitar o projeto. Mas algo desandou em sua segunda temporada. O jeito foi reiniciar tudo na terceira temporada. O personagem Nucky, interpretado pelo vencedor de um criticado Globo de Ouro, Steve Buscemi, segue na sombra de seus coadjuvantes, ainda mais quando sua mulher na trama, Kelly Macdonald, dá sinais que vai ganhar mais espaço. Por outro lado, a saída de Michael Pitt pegou muitos de surpresa, mas era inevitável para melhorar o de Nucky. A chegada de Bobby Cannavale - que salvou a série Nurse Jackie na quarta temporada -, como o novo antagonista da série, é até benéfica, mas não deixa sinais claros que Boardwalk Empire ainda será uma série memorável apesar de todo seu cuidado estético. Uma pena.

HBO HD, domingos, às 22h