Páginas

abril 19, 2009

Milk, A Voz da Igualdade - Resenha

Sean Penn brilha no filme documental sobre Harvey Milk, o primeiro gay assumido a ser eleito para um cargo público nos EUA


Antes de entrar na sessão cheia - de mulheres acima de 40 anos e alguns homens de meia idade - minha dúvida era se o filme que rendeu um Oscar ao ótimo Sean Penn, era mais sobre um movimento militante histórico ou sobre o quem foi Harvey Milk, que lutou por esse movimento em São Fransciso nos Estados Unidos nos ano 70. E o diretor Gus Van Sant deixa claro em várias sequências de discursos em palanques e por mostrar a conturbada vida amorosa de Harvey, que ele é a alma daquilo tudo, sem ele, dificilmente a luta dos direitos gays iriam tão longe e resistido em meio a pressões políticas naquela época.

Mais impressionante do que toda a luta, é o personagem histórico que até os seus 40 anos, não tinha nenhuma grande motivação ou vontade de assumir tal papel na luta pela liberdade. Mas a situação estava mais do que ultrapassando limites, virou uma perseguição gratuita de intolerância do poder público contra os homossexuais. Apesar de não ter a vontade de sair enfrente a essas causas, ele revidava insultos contra o comércio gay da região, com beijos e carinhos públicos ao seu parceiro, aqui interpretado por James Franco, que é uma grande promessa dessa geração de atores.

O filme tem um estética suave, colorida por muitas vezes, retrando bem a geração que se formava nos anos 60 e 70. Em meio a revoltas dos protestos, por muitos momentos é possível ver Harvey ali dentro, sempre mostrando que ele é a peça fundamental para tal feito. E Sean Penn se entregou de corpo e alma para esse papel. A naturalidade das cenas de beijo, e os trejeitos que não são exagerados, mas jamais contidos, percebe-se que a construção do ator com o personagem foi uma pesquisa bem elaborada e seguiu a risca o que lhe foi proposto. Mas uma imagem que me vem à cabeça e confirma tudo isso, é que quando penso no ator vejo a cena dele ajudando as vítimas do furacão Katrina, um dia depois de toda a destruição. Um ator engajado. E o Oscar chegou para agraciá-lo pela coragem, atuação e também porque não esse seu lado engajado em causas humanitárias.

Mas o filme não se limita apenas em mostrá-lo como um grande ativista. Toda sua equipe tem importância. Temos desde Emile Hirsch, Lucas Grabbel - mais conhecido por High School Music -, Diego Luna que faz um dos interesse amorosos de Milk, entre outros não tão conhecidos, mas não menos importantes. E o filme homenageia à todos. Harvey Milk pode ter sido a alma, mas não construiu essa voz sozinho.

Acredito que o filme Milk, mais do que um filme documental sobre um grande personagem histórico ou um movimento de grande importância para os direitos humanos, é uma obra importante para a geração atual que ainda enfrenta preconceitos e o medo de se assumir perante a família e à sociedade. Um grito de esperança, que é todo o propósito de Harvey Milk desde o início dessa sua luta. [9,5]



Milk - A Voz da Igualdade

Milk

EUA, 2008 - 128 min
Drama / Biografia
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Dustin Lance Black
Elenco: Sean Penn, James Franco, Josh Brolin, Emile Hirsch, Diego Luna, Alison Pill, Victor Garber, Denis O'Hare, Lucas Graabel

Trailer:






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção: Este blog contém conteúdo opinativo, por isso, não serão aceitos comentários depreciativos sobre a opinião do autor. Saiba debater com respeito. Portanto, comentários ofensivos serão apagados. Para saber quando seu comentário for respondido basta "Inscrever-se por e-mail" clicando no link abaixo.