Existia em torno de O Procurado uma grande espera, já que o filme foi adiado no fim do ano passado para o meio deste ano. O estúdio viu a possibilidade de ter um grande lançamento no concorrido verão norte americano. E isso foi uma estratégia bem inteligente, afinal não se pode subestimar uma adaptação de quadrinhos - gênero que está na moda - juntando Angelina Jolie e Morgan Freeman no elenco com cenas que lembram o divisor de águas da indústria, Matrix. E o sucesso foi mesmo grande, custou 75 milhões e faturou no primeiro fim de semana nos EUA 52 milhões de dólares! Isso ainda com a grande concorrência de Wall-e, mais uma estratégia bem pensada, pois a censura de O Procurado é de 18 anos.
O filme na verdade pelo que dizem, não foi bem fiel aos quadrinhos, parece que aproveitou apenas a premissa da história, sobre um fracassado que descobre ser filho de grande assassino e está perto de herdar toda sua fortuna e para isso precisa ser um homicida profissional. James McAvoy interpreta esse verdadeiro loser. Seu nome é Wesley Gibson, sujeito que tem um emprego miserável e quando busca seu nome no site de pesquisas Google, o resultado é zero. Então entra em cena Angelina Jolie, cujo seu personagem se chama Fox, uma assassina da sociedade secreta centenária Fraternidade, que aparece para avisar que o pai de Wesley, que ele sequer conhecia, foi morto.
Daí ele tem de treinar nessa sociedade, ser bom o bastante e assim vingar a morte do pai. E é aí que o filme vira um thriller de ação alucinante, deixando toda complexidade que o personagem poderia desenvolver em meio a essa mudança de atitude repentina. Essa rapidez ao entender quem ele é agora, fica sintetizada no momento em que se pergunta quem ele é e segundos depois, ele mesmo responde.
Os efeitos visuais são incríveis, porém não conseguem criar uma identidade para o filme - talvez apenas os tiros que fazem curva, algo original do cinema mentiroso e que faz o Neo de Matrix morrer de inveja. Nem a fotografia consegue dar um tom que guie a produção, fazendo ele parecer mais um filme de ação qualquer com conspiração no meio. Tanto que é possível ouvir no fim da projeção, pessoas o comparando com produções como Carga Explosiva ou Adrenalina, o que fez meu ouvido doer e humilha qualquer produção.
Os pontos positivos vão para a criatividade e ousadia das cenas, mesmo as sem grandes efeitos e a atuação bem particular de James McAvoy que se mostra um ator cada vez melhor. Angelina Jolie fez sua parte - inclusive aparece com as costas completamente nua em uma das cenas - , mas seu desfecho deixa dúvidas sobre sua participação numa provável continuação. O ponto negativo talvez, seja a lição de auto ajuda que o personagem quer dar a platéia, soando arrogante, em frases no começo do filme e no seu fim, o que é bem descartável. [Nota:9,0]
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