
True Blood estreou ano passado na HBO e fez um enorme sucesso na televisão americana. A fase vampiresca, engrenada pelo fenômeno literário Crepúsculo – que virou filme e conquistou uma enorme bilheteria – facilitou as coisas. Agora depois de uma segunda temporada movimentada, a audiência dobrou e enfim com seus méritos próprios, o seriado mostrou ao que veio.
O convívio difícil dos humanos com os vampiros, depois da criação da bebida composta de sangue sintético, deixou de ser o principal foco que foi destaque em quase todos os episódios da primeira temporada. A mitologia cresceu e personagens assumiram papéis de vilões fazendo com que humanos e vampiros acabassem unidos. A temporada já começou com Sookie (Anna Paquim) ajudando os Vampiros de Dallas a procurar o líder Godric, enquanto o irmão Jason (Ryan Kwanten) usou o dinheiro que ganhou de herança do tio, para entrar na Sociedade do Sol, sociedade da qual, tem como principal premissa odiar os vampiros.A evolução da série com esses novos caminhos deixa claro duas coisas: uma temporada menos sensual e a exploração da mitologia que não fica limitada apenas a vampiros. Mais do que a entrada da discussão religião x vampiros, o que ficou forte aqui é à entrada da misteriosa Maryann (Michelle Forbes) que sem dúvidas chocou em várias cenas de rituais e sua cozinha macabra - o que dizer da cena que ela prepara uma torta com coração humano?
Outros núcleos como de Eric (Alexander Skarsgård) que aprisionou Lafayette (Nelsan Ellis), o condenando por traficar sangue de vampiros para humanos - que serve como droga - ou a confusa Tara (Rutina Wesley) e a difícil relação com sua mãe que é alcoólatra, faz a série parecer ás vezes uma grande novela, com seus momentos impactantes e o grande número de histórias entrelaçadas. E isso é algo que os roteiristas tiram de letra, pois o excesso de personagens nunca foi algo cansativo ao seriado e soou exagerado. Mas por outro lado, prejudicou outros personagens que perderam um pouco o brilho, como exemplo, o Bill (Stephen Moyer) e o Sam (Sam Trammell). Ambos ficaram meio chatinhos, certinhos demais e muitas vezes tomando as piores decisões.A qualidade da série que muitas vezes é rotulada de trash, assume isso em várias cenas, mas o engraçado é que elas são bem feitas - assustadoras por muitas vezes. O roteiro ajuda em diversos momentos, mas alguns diálogos ficaram visivelmente arrastados e caricatos no final dessa temporada. Jason entrando com uma moto serra no bar para assustar o zumbis, ou a patética cena de Tara tentando fugir para salvar o namorado Eggs (Mehcad Brooks). Às vezes o excesso de drama ou sarcasmo é que fazem mal ao seriado. Principalmente se tratando dos escândalos de Sookie e sua enorme boca.
Foi uma temporada muito boa, com participações que acrescentaram muito ao seriado, mesmo que rápidas. Pode-se citar a adorável - aqui não tão assim - Evan Rachel Wood como Sophie Anne ou Allan Hyde como o inteligentíssimo Godric. Tudo parece caminhar à uma evolução gradativa do seriado e quem sabe incorporar outros seres, como lobisomens. Afinal, agora que se incorporou metamorfos e Mênades não seria um erro colocar os mais populares. Mas o maior mistério da série está guardado para ser revelado em um momento crucial do seriado: o que afinal é a Sookie? Quais poderes ela pode ter além de ler pensamentos e as luzes que saem de sua mão. Guardo ancioso pela resposta, assim como aguardo o mistério de LOST.Conquistando àqueles que vêem Crepúsculo como coisa de crianças, True Blood é a série que faltava para preencher o vácuo deixado pelo fim de Buffy e Angel. Séries sem frescuras (como de vampiro que brilha no sol) e com uma boa história de amor como pano de fundo. É esperar e comprovar que o seriado tem tudo para ser cultuado e marcar uma geração que se interessa pela mitologia vampiresca. Que venha a terceira temporada!
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