Seguindo a onda refilmagens de grandes clássicos do terror iniciado em 2003 pela Platinum Dunes, empresa de Michael Bay, faltava mais uma história, um vilão que é o favorito de muitos e finalmente chega para a alegria dos fãs: A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street). A produtora que já conseguiu emplacar filmes como: O Massacre da Serra Elétrica, Horror em Amityville, O Massacre da Serra Elétrica - O Início, A Morte Pede Carona e bater recorde de bilheteria com Sexta-Feira 13, se empenhou para refazer o famoso vilão Freddy Krueger, mas o resultado, apesar de assustador, não consegue fugir de clichês e apenas surge com uma estética bonita, trilha sonora eficiente e efeitos bem elaborados. O Freddy mesmo não consegue roubar a cena.
O filme começa quando um jovem começa a ter sonhos estranhos com um homem deformado, munido de garras na mãos e que consegue agredir fisicamente durante esse sonho. Então, esse jovem morre assassinado, o que desperta medo e desconfiança em seus amigos. É quando eles percebem que sonham com o mesmo monstruoso personagem e que ele joga pistas através dos sonhos, sobre o mistério de sua vingança contra eles. A partir daí começa uma corrida contra o tempo, pois que não podem dormir, para descobrir quem é Freddy Krueger e como detê-lo.
Susto é o que não falta na produção dirigida pelo estreante Samuel Bayer que tem em seu currículo vários comerciais e videoclipes. Não é por acaso que a estética e as cenas de morte são bem produzidas, com efeitos interessantes. Mas, o vilão, diferente das outras produções citadas no início do texto e que são humanizados em certos pontos, não aparece tão característico como no original. Ele é sério, maldoso, mas sem parecer realmente 'gostar' do que faz. É mecânico. A platéia do gênero terror, que geralmente busca até um certo carisma no personagem, a ponto de torcer para ver mortes criativas e sádicas, aqui vê apenas adolescentes ingênuos pulando de uma lado para o outro e sem o mínimo de inteligência e senso - esse é outro ponto fraco das novas franquias.
Chega um momento que esses remakes, no lugar de apenas adiantar o relógio do cenário e características dos dias atuais, poderiam ao menos acrescentar jovens mais condizentes com a geração. Não importa se os clichês do gênero fazem parte desses clássicos, o público em certos momentos, tem o sentimento sádico de ver maldade e torcer para alguém, mas não consegue escolher quem pela falta de personalidade das vítimas em potencial e até mesmo dos heróis. E os fãs, que são do time dos vilões - mesmo que inconscientemente - se decepcionam pela atualização macabra e descaracterizada dos personagens.
Em A Hora do Pesadelo, o problema não é nada mais do que a falta de comprometimento com o Krueger - que deveria ser o principal e a atração - e aqui é limitado a perfurar as pessoas ou as arremessarem nas paredes - e os personagens em que a única mudança de comportamento, é ouvirem iPod o tempo todo ou usarem a internet como fonte de busca para solucionar o mistério. O interessante é que o melhor acerto da produtora desses remakes, foi O Massacre da Serra Elétrica dirigido pelo próprio Michael Bay, que além de acrescentar pontos interessantes na trama, deixou ela se passar em 73, como no original e não mexer nos personagens característicos da história. Funcionou, a ponto de chegar quase ser melhor que o clássico.
A Hora do Pesadelo
A Nightmare on Elm Street
EUA , 2010 - 95 min.
Terror
Direção: Samuel Bayer
Roteiro: Wesley Strick, Eric Heisserer
Elenco: Jackie Earle Haley, Kyle Gallner, Rooney Mara, Katie Cassidy, Thomas Dekker, Kellan Lutz, Clancy Brown, Connie Britton
Trailer:
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