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junho 07, 2012

'Fringe' e a temporada que serviu como início para seu fim

A temporada quatro perde o ritmo, mas mantém o interesse


A Warner Channel Brasil finalizou na última terça (5), a quarta temporada da série Fringe - com alguns dias de diferença da sua exibição nos EUA. Como já havia dito no post especial sobre a terceira temporada (você encontra aqui), o seriado deixou de ser umas coisas mais legais da TV e cada vez mais perde o fôlego dentro de si mesma. Algumas coisas foram repetitivas, um tanto sem graça e carente de grandes novidades, passando a focar no drama dos personagens. Depois de três temporadas apresentando uma história descomunal, intrigante e marcante, o seriado se vê preso em personagens cada vez mais desgastados e um roteiro que não supera mais expectativas como antes. Mas uma coisa é certa: os fãs mais dedicados tem muito o que se emocionar ainda.

Com audiência pífia, a FOX já renovou o seriado sci-fi para a quinta e última temporada com 13 episódios, o que garante um desfecho decente. E o que foi visto nesta quarta temporada, é que o momento é certo e justo, mesmo com a queda de qualidade na história. Esta temporada desdobrou a grande tensão da revelação que para salvar os universos, o próprio tempo anulou a existência de Peter Bishop - afinal, a série gira em torno da guerra entre seu pai Walter em diferentes universos, pois ele foi sequestrado do outro para este após morrer aqui. A ponte aberta entre os dois universos foi crucial para vilões se aproveitarem e colocarem em prática o plano de chocar os dois para criar apenas um, como Deus criando seu próprio Big Bang.

Apoderando-se de elementos da primeira temporada, como o vilão David Jones, esta temporada foi um reboot, o que fez de certa forma diminuir o interesse no que já foi apresentado. Olivia, assim como Walter, não se lembrava de Peter, mesmo que tenham construído uma ponte entre os dois mundos (fato que só ocorreu com a sua existência - criando um paradoxo). Ou seja, no fim, o que ocorreu não foi uma anulação da existência de Peter, e sim, ele foi sumariamente apagado da memória das pessoas e seu estado físico não foi levado para outro universo paralelo, mas continuou ali em outra frequência. Fortalecido pelo grande poder emocional dos envolvidos e os poderes de Olivia, conquistados pelas toxinas que recebeu durante a infância, Peter reaparece e aos poucos todos voltam a lembrar de ti.

Até engrenar história, boa parte da temporada foi dominada por coadjuvantes que cobriam o vazio do personagem como o Agente Lee e a assistente do Walter, Astrid. Ambos ganharam destaque e bons episódios. Esta temporada também marcou o fechamento da ponte entre os dois universos - que sem dúvidas foi o maior trunfo da TV em anos - que mostrou eles colaborando entre si, um curando o outro dos males causados por essa abertura (principalmente no outro lado). Foi marcante também um pequeno vislumbre do que será o grande foco da última temporada: o Grande Expurgo. Este episódio se passa em 2036, da qual, os observadores dominam o mundo desde 2015, quando, depois de exterminarem parte da população, criam uma ditadura absolutista. Vemos a filha de Peter e Olivia em ação e a participação mais que especial de Henry Ian Cusick, ator conhecido por fazer o Desmond em Lost. Eles fazem parte da Fringe que de forma secreta, busca uma forma de deter os Observadores.

Para os que assistem Fringe sem nenhuma grande obsessão, o seriado soa confuso e incompleto em diversos momentos. Entretanto, se tiver tempo, uma rápida busca no google e veja que os fãs analisam detalhes por detalhes de episódios em busca de pistas sobre a mitologia, como a localização de Observadores escondidos, a utilização de cores que revelam em qual universo a trama está, referência de outros episódios do seriado e outras séries do criador JJ Abrams e por aí vai... É interessante, mas que nos tempos de hoje, com tanta informação e seriados mais fáceis, fica difícil acompanhar. A graça toda estaria aí, porém, pela audiência percebe-se que o joguinho não funcionou como deveria. Mas, quem se importa? Fringe viveu até agora e terá um final ao menos digno - e isso é pra poucos.