Constante temática na cultura em geral, seja no cinema, séries, novelas e na literatura, a infidelidade entre casais é um dos temas mais intensos à serem discutidos e também mais desgastados. Eis que surge um drama delicado, que usa a tensão de uma relação extraconjugal para refletir sobre uma vida aparentemente perfeita. O trunfo dessa história está em ser passado pela ótica de personagens simples, entediados, em crise e prontos para explorar seus impulsos mais instigantes em busca de prazer e da razão de se continuar a viver. Adrenalina e sexo passam a ser a válvula de escape. Diferente do último mais famoso, Infidelidade (Unfaithful, 2002), da qual, Diane Lane e Richard Gere vivem atormentados pelo amante vivido por Olivier Martinez, em Que mais posso querer (Cosa Voglio di Piú, 2010) de Silvio Soldini, o assunto é aprofundado e segue um final um pouco mais realista, mas nem por isso é menos atraente e tocante.
O filme começa centrado em Anna (Alba Rohrwacher), contadora em uma firma de seguros e casada com Alessio (Giuseppe Battiston). Pressionada para engravidar após do nascimento da sobrinha, o casal é o típico de classe média. São bem humorados, possuem química e vivem bem. No entanto, o modelo de homem que Alessio se encaixa, deixa de fora o interesse em conhecer melhor a mulher, um defeito que é contornado na caracterítica de bom marido, daqueles que ajuda em casa, sempre consertando algo e ajudando na rotina. Uma figura simpática, mas que logo gera certa apatia. A relação estável, logo vai deixando claro que nem tudo está bem, ou pelo menos parece. Eis que surge na vida de Anna, o misterioso Domenico (Pierfrancesco Favino), garçom em um restaurante. Logo se inicia um affair. Com pinta de galã (mas sem deixar naturalidade de lado), ambos começam uma vida sexual às escuras. Com a intimidade do corpo a corpo e o sexo intenso, logo vão se conhecendo melhor. Revelam que são casados, e no caso dele com dois filhos pequenos.


Afinal, quem nunca em um momento que tudo parece perfeito e feliz, sente um pequeno vazio e não se pergunta: "que mais posso querer"?
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