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março 20, 2012

'PAN AM': série estreia trazendo o glamour dos anos 60

Seriado revive o apogeu sexy feminino




Uma das cenas marcantes do episódio piloto de Pan Am, série que estreou na última quinta-feira no Canal Sony, é uma em que dois pilotos de avião conversam em um bar sobre as colegas de trabalho que estão sentadas à poucos metros dali. Um deles diz olhando para elas:
 "Aquilo ali, meu caro, é a seleção natural trabalhando... Elas não sabem que são um novo tipo de mulher, apenas sentem um impulso para voar". 
Usando a teoria darwiniana para provar que a mudança comportamental da época levou milhões de anos para finalmente acontecer, o seriado deixa claro para o que veio: as mulheres ganhavam espaço, mas não necessariamente lutando ou brigando e, sim naturalmente, usando seus artifícios.


No momento em que brilhava a estrela de Marilyn Monroe nos dourados anos 1960, o seriado foca na companhia aérea Pan Am (Pan American World Airways), que fez sucesso ao aliar sua marca com qualidade dos serviços, colocando como principal assinatura sua comissárias de voo que mantinham um alto padrão imposto pela empresa. A já falida empresa (operou entre 1921 e 1991), também foi a primeira que lançou a moda "jet set", da qual, dava à uma elite o serviço de voo de alto nível - hoje mais comum.


A protagonistas são as aeromoças: Laura (Margot Robbie), que teve seu rosto estampado na capa da revista Life quando a publicação fez matéria sobre a empresa; Maggie (Cristina Ricci), jovem que no trabalho é eficiente e atenciosa e na vida pessoal adora a boemia; Collette (Karine Vanasse), jovem francesa, apaixonada por um dos passageiros frequentes, com quem acredita que conseguirá arranjar um bom casamento e Kate (Kelli Garner), irmã mais nova de Laura, fala três idiomas e trabalha como aeromoça para acobertar sua verdadeira atividade: espiã do governo. E os pilotos, que são: Dean (Jonah Lotan), piloto carismático e confiante, que recém se tornou capitão e mantém uma relação com Bridget (Annabelle Wallis), uma das aeromoças da empresa e Ted (Michael Mosley), co-piloto, sujeito simpático sempre pronto para aprontar alguma.


No mais, o seriado cumpre uma função que nem é tão distante de seu parente mais próximo na TV: Mad Men. Se no escritório de Don Draper, as mulheres foram com suas próprias garras conquistando seu espaço, em Pan Am, as aeromoças mostram que não são bobas e com delicadeza e sensualidade vão contornando o ambiente machista. E mais do que uma reflexão sobre isso, o seriado é um vislumbrante retrato de uma época glamourosa, da qual, o sonho de jovens sonhadoras eram participar daquilo, vestir o uniforme e voar pelo mundo. Porém, guarda um lado sombrio. Profissão até bonita de se seguir, mas que em tempos de Guerra Fria, as intenções para certas coisas podiam ser facilmente questionadas. Afinal a propagação de estilos de vida pregados por governos, são tão fortes e discretos como a seleção natural, em que os líderes e grandes companhias conseguiam muito bem impor seu utópico American Way Life à todos - e as mulheres estavam ali, sedentas por mudanças. Ou alguma feminista via com bons olhos essa "evolução"?


Trailer




PAN AM vai ao ar todas às quintas, às 21 horas.