Não é novidade que os Estados Unidos são os maiores percursores do culto à celebridade. Desde cedo, crianças e jovens são moldados e formatados para entrarem ou pelo menos tentarem fazer parte do show business. Mesmo se em casa não seja dessa maneira, a própria indústria cultural se responsabiliza de tentar ao menos fazer lavagem cerebral em seus programas de tv, filmes, música e brinquedos. Mas existe uma diferença interessante na série estreante Smash em relação à Glee e outros programas.
O seriado que estreou nesta quarta feira (28) no Universal Channel, traz uma premissa que nunca fora explorada com grande êxito na televisão. Trata-se dos bastidores de um musical para o teatro, mostrando o cotidiano, intrigas, ensaios e todas as dificuldades para se chegar ao resultado final. A protagonista é a jovem Karen (Katharine McPhee), uma aspirante à estrela que não tem a aprovação dos pais, mas conta com o apoio do namorado. Sua vida começa a mudar quando ela faz audição para uma peça, da qual, terá como tema, Marilyn Monroe (a escolha tem a ver com os 50 anos da morte da icônica atriz de Hollywood). A ideia da produção veio com Ellis (Jaime Cepero), assistente de Tom (Christian Borle), que logo divide a ideia com a amiga Julia (Debra Messing), letrista. No entanto, Julia está num momento delicado do casamento, na qual, estão prestes a adotar um filho, e para isso prometeu ao marido total atenção ao fato. Mas uma produção de um musical complica as coisas.
Em outra vertente, o musical seria uma boa para Eileen (Angelica Huston), dona da produtora de musicais que no momento passa por um tempestuoso divórcio e que dificultará as finanças. Disposta a tentar de tudo, convida o renomado Derek Wills (Jack Davenport) para dirigir o musical, porém seu temperamento explosivo não é bem vindo para alguns integrantes do grupo, principalmente para Tom, gay assumido, e que entende Derek como grosso e homofóbico. Outra atriz no páreo para viver o papel principal está a determinada Ivy (Megan Hilty) e que vai tentar de qualquer jeito ganhar.O primeiro episódio seguiu um trilha semelhante ao American Idol, mostrando audições. Mas também conseguiu uma apresentação suave dos protagonistas, como os problemas de cada um, as primeiras intrigas e algumas montagens no estilo clipe (não muito diferente de Glee). O caráter de Karen que já foi posto à prova e ela não cedeu ao assédio moral do diretor; e também uma crítica velada foi comentada algumas vezes, que apesar de muito estimulado pela indústria, ser um ator de Broadway não segue o mesmo entusiasmo que ser uma estrela no cinema ou na TV.
Smash mostra que, diferente de Glee que foca na autoestima, não é a necessidade de ser uma estrela que leva as pessoas à outros caminhos melhores, mas sim a simples realização de um sonho. Um sonho que terá muitos caminhos difíceis e provavelmente muitas pessoas contra sua realização. Não é ser fácil ser uma estrela de um musical, não existe glamour e para alguns é um trabalho como qualquer outro e, pelo jeito, será isso que Smash vai focar.
Trailer da temporada:

