Desde que lançou no ano passado a versão brasileira do grande sucesso internacional, aqui chamado por Sessão de Terapia, o GNT tem investido no formato de seriados para angariar o público da TV a cabo, que não tem um produto nacional de sucesso no estilo. No Brasil, só a Rede Globo tem tido sucesso no geral, isso sem menosprezar as excelentes tentativas da HBO Brasil. Dirigida por Selton Mello, Sessão de Terapia fez barulho não só com a crítica, mas também com o público, basta medir o sucesso da série nas redes sociais (novo termômetro de audiência). Enquanto a nova temporada não chega, o canal têm outras quatro cartas na manga: uma estrelada pela querida Denise Fraga, 3 Teresas; uma com texto de Fernanda Young, Surtadas na Yoga; outra com episódios isolados a cada semana, As Canalhas; e Copa Hotel, que estreou na última segunda (22). Esse último começou com alguns tropeços, mas mostra potencial.

A forma, da qual, a série vai abordar e desvendar o que o pai de Fred tanto via naquele hotel, que à julgar pelas cenas dos próximos episódios é uma bagunça só, é que prende a atenção do espectador o inserindo no roteiro e no contexto. No primeiro momento, de apresentações, mostrou tudo de forma subjetiva, focando no motivo de Fred se afeiçoar pelo local, dando pouco espaço à trama de forma mais abrangente. Fred é um rapaz contido e com problemas de se expressar - até broxou. Ele ao pouco vai entender o custo tão elevado e o amor à essa cidade que tantos se entregam, outros odeiam, mas sempre desperta um interesse súbito por estrangeiros, exatamente por refletir um caos, mas também um calor humano, nostálgico, e que poucas cidades em desenvolvimento - ou desenvolvidas - podem se orgulhar de oferecer.
Apesar de um trama boa, atores mostrando serviço (Maria Ribeiro promete roubar a cena), o seriado ainda está aquém do que foi visto visualmente em Sessão de Terapia. A direção de Mauro Lima, que tem no currículo Meu Nome não é Johnny e a série O Pai Ó, não oferece uma sofisticação em filmagem como a vista na série de Selton Mello - que se passava praticamente dentro da sala do protagonista - e foi a chave do sucesso. Copa Hotel por momentos parece amadora, tanto nos diálogos, quanto nos enquadramentos quadrados e sem movimento. Carece de um toque mais ousado, como é a caracterização dos protagonistas e da direção de arte dos cenários. Espera-se que com o decorrer dos episódios, o seriado ganhe mais vida, movimento e trace, no humor peculiar, sua marca como a série sobre terapia fez no drama, pois, com essas apostas, o telespectador só tem a ganhar.
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