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abril 12, 2013

Crítica: 'Nashville' mostra os bastidores nada glamourosos do show business

Série acompanha vida de estrelas country decadentes e em ascensão


Existe dentro da indústria do entretenimento uma vertente que pode ser assustadora para as mais velhas estrelas: o tempo. A pressão sofrida por artistas que ultrapassam pelo menos os 10 anos de carreira, começa a ser percebida por quem está de fora, tanto com os constantes desabafos destes sobre empresários, executivos ou sobre o próprio mercado, quanto simplesmente pela forma que alguns buscam se reinventar, ou simplesmente somem. Na música a pressão é ainda mais cruel, já que o mercado anda em baixa. A nova série Nashville, que estreou na última quarta feira (10) pelo canal Sony, promete mostrar o lado nada glamouroso de quem vive isso.

A trama segue a trajetória de vida de duas cantoras do gênero country: a veterana Rayna Jaymes, interpretada pela ótima Connie Britton, conhecida por seus papéis em American Horror Story e Friday Night Lights - da qual, foi indicada duas vezes ao Emmy; e a novata Juliette Barnes, feita pela Hayden Panettiere, revelada em Heroes e que amargou fracasso na sua tentativa de entrar na indústria da música pop no período da série. As duas são bem diferentes, apesar de representarem o mesmo estilo. A primeira tem um ego grande, conquistado por sempre ter sido tratada em cima de um pedestal, além de ser orgulhosa (mas sem comprometer sua essência de boa pessoa), enquanto isso, Juliette é amadora, desafinada e possui apenas um carisma invejável - pessoalmente é uma ninfeta manipuladora. Com a carreira apresentando desgaste após 21 anos na mesma gravadora, Rayna ouve dos executivos que precisará abrir os shows de Juliette como estratégia comercial causando revolta. É aí que estas e outras questões vão dando ritmo à trama.

Além desse furacão que passa pela vida da veterana, o seriado lembra outra série musical que mostra os bastidores do show business, Smash, ao focar nos amores adormecidos de Rayna com um integrante da banda, e que para a surpresa (ou não), terá um repentino caso com Juliette. Outra trama, ligada ao núcleo de Rayna é focado na política - curiosamente, Smash também. Tal utilização do cenário político é, além de mostrar o relacionamento conturbado de Rayna com seu pai e marido, também vai servir como analogia ao mundo cruel que envolve intrigas e jogo de poder tanto lá quanto no mercado da música. Uma série que mantém uma média boa de atuações, um roteiro ágil e bons musicais - mesmo cheio de personagens clichês e situações banais -, e mesmo não sendo um grande destaque na temporada, vale por apresentar uma realidade nada glamourosa na própria industria do entretenimento, e isso é sempre bem vindo.

Um comentário:

  1. Assisti a estreia e achei bem blé. Não prevejo um futuro muito longo pra série não. Mas é bom ver a Hayden toda lindinha novamente hahahahaha

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