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novembro 22, 2009

ANTICRISTO - RESENHA

Chocante, produção não é recomendado para estômagos fracos


Pode parecer clichê dizer isso, mas esse sem dúvidas é o filme mais aterrorizante que estreou ultimamente nos cinemas. Desde que passou pelo Festival de Cannes, a produção do cineasta dinamarquês Lars von Trier, dividiu opiniões. Foi aclamado por uns e execrado por outros. Mas afinal, é a polêmica e a necessidade de chocar que fazem Anticristo um filme bom ou ruim? Não.

A estética, a narrativa, os personagens. Tudo na produção é envolvente, contada de forma lenta em seu começo, mas ganha um ritmo dramático, beirando ao suspense e que poucos filmes de terror conseguem florescer e assim atingir o público. Dividido em capítulos, "Luto", "Dor (Caos Reina)", "Desespero (Ginocídio)" e "Os Três Mendigos", além de um prólogo e um epílogo, a produção narra a o pesadelo vivido por um casal que perde o filho em um acidente doméstico, enquanto faziam sexo - cena explícita e bem realizada. Daí começa o luto e o sofrimento principalmente da mãe (Charlotte Gainsbourg). Ela fica desorientada e passando por uma fase completamente depressiva. O marido (Willem Dafoe), terapeuta utiliza métodos da psicologia com ela, inclusive a levando para uma cabana isolada no meio de uma floresta - chamada Éden -, onde a ajuda enfrentar seus medos.

A partir daí o filme se torna um caos. A história vai revelando detalhes das verdadeiras intenções da mulher e seus sentimentos. O resultado é assustador. Violento, chocante. Sexo e sangue se misturam de forma que desperte agonia em quem assiste. É como se fosse uma versão menos trash de O Albergue, sem pudor ao mostrar órgãos sexuais e a violência sangrenta. Porém nada é gratuito, o intuito de chocar é o que faz do filme diferente e marcante. Até poderia ser evitado sim, talvez, mas não tomaria as dimensões que tomou.

Do "Desespero" aos "Os Três Mendigos" você já não consegue se mover, e provavelmente tentará exitar em olhar para a tela a cada cena que indica algum movimento de tortura. O filme então mergulha no passado. A questão tratada, sempre causa curiosidade nas pessoas. Um período tão obscuro, e como as mulheres eram tratadas de forma desumana. No filme a proporção do que acontecia antigamente é sintetizada na personagem desequilibrada e inconstante. A reviravolta. Revelações. Um soco na face de quem assiste. Poucos irão entender o filme, sentido do Anticristo no título. Mas tem relação com a personagem e a forma como toda aquela história incorpora nela. Ela é o próprio anticristo, mas não da humanidade, e sim das mulheres da época. Difícil de digerir, mas algo diferente e que foge do óbvio que o cinema de terror se tornou no últimos tempos. E vale avisar, prepara-se porque não é fácil assisti-lo.

Anticristo

Antichrist
Dinamarca/Alemanha/França/Suécia/Itália, 2009 - 109 min
Terror
Direção: Lars Von Trier
Roteiro: Lars Von Trier
Elenco: Willem Dafoe, Charlotte Gainsbourg

Trailer:



Um comentário:

  1. Nossa, já queria assistir esse filme, depois da sua resenha já estou baixando ele agora ahahah

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