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setembro 23, 2010

'RESIDENT EVIL 4' SE PERDE NO VISUAL

Adaptação dos games é esteticamente incrível, mas o roteiro...

Edição de texto: Rodrigo Rodrigues


 Resident Evil nunca foi um sucesso absoluto de bilheteria e muito menos entre a crítica. A culpa talvez seja do gênero, já que filme de zumbis está banalizado no cinema e agora chega à TV com Walking Dead.  Porém, algo que faz a série de filmes interessante é o fato de ser uma adaptação do famoso game da Capcom. Com uma mitologia contagiante, a saga de Alice foi uma das que levou qualidade e criatividade a era do jogos - que crescia sem parar. Mas a transposição do diretor Paul W. S. Anderson (Mortal Kombat, Alien Vs. Predador) aos cinemas, para decepção dos fãs, levou apenas algumas características às telonas.

É como se os filmes de Resident Evil fossem na verdade uma forma de matar a curiosidade dos fãs de como seria essa transposição. Com roteiro superficial, cheio de frases de efeito (sem qualquer importância para o enredo), atuações não condizentes com o contexto (todos parecem superiores ao caos), a franquia chegou ao quarto filme com apenas uma qualidade inegável: a estética. Filmado com a mesma tecnologia, que surpreendeu platéias do mundo inteiro, de Avatar, visualmente, Residente Evil 4 - Recomeço é de encher os olhos, principalmente não enganando o público com a febre de conversão que desencadeou em Hollywood nos últimos meses, da qual, despreza a qualidade do efeito. Ainda pode-se se destacar a trilha sonora, que põe ritmo na ação e até em sua ausência.  Sem isso, a adaptação é vazia e cheia de furos no roteiro, mas que tenta preencher os deslizes com cenas lentas, tiros e efeitos visuais com influências diretas de Matrix.

O filme continua a jornada de Alice, Milla Jovovich, que luta com a Umbrella Corporation da qual originou o vírus que contaminou o mundo, e agora faz uma série de experiências com novos zumbis. Então, diferente dos outros filmes, existe aqui uma preocupação de fechar as pontas soltas do longa anterior, trazendo de volta a personagem de Ali Larter como Claire Redfield. Além disso insere-se um novo personagem, que parece de importância nos games, já que foi chamado o conhecido ator Wentworth Miller de Prison Break para dar vida à ele: Chris Redfield. Só que no fim das contas, nada acrescenta.

Os furos vão desde erros de continuidade - personagens mergulham e mergulham, atiram e zumbis "aquáticos" e logo depois estão limpos e secos no topo de um prédio prontos pra continuar a luta - até o roteiro que não explica o aterrorizante carrasco "Executioner" e nem por que o vírus agora além de transformá-los em zumbis, inserem a característica tentáculos dentados nos contaminados. Estranho também é o vilão engomadinho que parece ser igual nos games, mas cai de para quedas no filme e destoa ainda mais o contexto. No final, o gancho para a continuação não parece empolgar ninguém, nem os personagens quanto menos a platéia. Ainda mais, se levar em conta que o filme não é fiel ao game e nem apresenta algo espetacular no roteiro. Apenas resta esperar um Resident Evil 5 tão bom visualmente quanto este.

Resident Evil 4: Recomeço
Resident Evil: Afterlife
EUA , 2010
Ação / Suspense
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Paul W.S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Kim Coates, Shawn Roberts, Sergio Peris-Mencheta, Spencer Locke, Boris Kodjoe, Wentworth Miller, Sienna Guillory, Kacey Barnfield, Norman Yeung, Fulvio Cecere, Ray Olubowale, Christopher Kano, Tatsuya Goke, Nobuya Shimamoto, Peter Kosaka, Denis Akiyama, Kenta Tomeoki, Shin Kawai, Mika Nakashima 

Trailer: 



3 comentários:

  1. So para contar vc diz no texto que a sgaa da alice leva para os games qualidade e criatividade, mas so que a alice é um personagem criado para o filme , não existe no game

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  2. Esse filme é Muito Ruim ...

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  3. cleferson,

    É verdade, me falaram isso, mas na hora de escrever não me dei conta. Bom. Eu até mudaria ali no texto, mas a saga pode ser no sentido de mitologia que envolve a história tanto do jogo quanto do filme.

    Obrigado por me corrigir.

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