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julho 11, 2011

'True Blood' inicia quarta temporada sem impressionar

Sexo, fadas, violência, vampiros, bruxas... de novo.



Sem esperar muito da nova temporada de True Blood, depois de uma temporada que pouco surpreendeu, o que foi visto no recomeço da série foi exatamente uma tentativa de criar novas tramas tão empolgantes quanto das primeiras temporadas. E neste domingo, a HBO Brasil, estreou a quarta temporada com alguns avanços e uma tentativa perceptível de criar fôlego ao dar novas perspectivas aos personagens em uma passagem de ano - artifício já conhecido em séries veteranas como Desperate Housewives, Brothers & Sisters, One Tree Hill e, em breve, em Dexter.

A cena inicial, já revelada com certo tempo, traz Sookie (Anna Paquin) no mundo das fadas. Se o mistério da protagonista eram uma das coisas mais interessantes e motivantes de se acompanhar o seriado, seu rumo torna-se cada vez mais bizarro e ao mesmo tempo decepcionante. Um dos trunfos, transformou-se em uma história de fadas malvadas e caçadoras de humanos, desafiando o que parecia ser o lado positivo e heróico da trama. Só que os primeiros minutos, cheios de ação e efeitos, mostraram tudo, entregando de graça o que poderia ser uma surpresa mais adiante. Beirou ao trash e patético em determinados momentos. Ou a Sookie ainda acha que só ela podia falar pelos pensamentos e nenhuma fada iria ouvir?

Após esse começo bem acelerado e revelador, o resto do episódio apoiou-se ao mostrar como os outros personagens seguiram sua vida sem Sookie. Para driblar a falta de rumo do arco anterior, decidiram adiantar a trama e assim arrumar fôlego sem precisar caminhar com cada personagem até o que ele viria se transformar. O pretexto arranjado pelos roteiristas é que no mundo das fadas o tempo é diferente, que Sookie ficou apenas meia hora no outro mundo, sendo que na Terra se passaram cerca de um ano. Algo até fácil de aceitar, mas que não assume diretamente algo que não vai bem.

Lafayette (Nelsan Ellis) e seu namorado podem prometer surpresas com o envolvimento com bruxas, inclusive uma "espiã". Mas de resto, a nova realidade dos personagens pouco impressiona. Tara (Rutina Wesley) agora é lutadora e lésbica, revelação que só serviu mesmo para uma cena de sexo dela com outra mulher; Sam (Sam Trammell) agora tem amiguinhos como ele e ainda conseguiu aquela cena constrangedora de passeio noturno entre cavalos; Jessica (Deborah Ann Woll) é uma dona de casa desesperada; Pam (Kristin Bauer) continua sendo uma bitch coadjuvante; Erick (Alexander Skarsgård) continua tentando assustar e conquistar Sookie; Jason (Ryan Kwanten) continua sendo um sonso; Bill (Stephen Moyer) ganhou o título de mais 'chato ainda' agora que é porta voz da paz e amor entre vampiros e humanos; enquanto o Alcides (Joe Manganiello) não apareceu e pelo jeito vai continuar sendo enrolado e não fazer nada.


Resta esperar se o desenrolar da temporada vai engrenar e apresentar mais episódios interessantes que os minguados da terceira temporada. True Blood passou de uma hora para outra enganar o telespectador com uma trama boba e maquiando o roteiro ruim com muito sexo, violência e bizarrices. O problema é que seu começo fazia isso de forma genial, com bons ganchos e suspense. Hoje em dia, as bizarrices, sexo e violência ficam por conta de Game of Thrones, mas trata-se de uma série que apresenta uma trama bem elaborada e com momentos fulminantes, coisa que os vampiros deixaram de fazer há tempos.


True Blood é exibida todos os domingos na HBO Brasil e na HBO HD.