Jornada dos Starks é imperdível
No último domingo, foi exibido pela HBO Brasil, os dois últimos episódios da série Game of Thrones, produzida pela própria HBO e baseada na obra As Crônicas de Gelo e Fogo de George R.R. Martin. A saga dos livros ainda não está finalizada, mas a série de TV já possui uma segunda temporada encomendada. O seriado tem uma sofisticada trama medieval que mistura fantasia e 'realidade' que se passa em um mundo inventado. É um refresco para à TV que carece de um produto do gênero de qualidade tão evidente e história de tirar o fôlego.
A história se passa em Westeros, uma terra reminescente da Europa Medieval, mas sem relação com a realidade. Nesse lugar, as estações duram por anos ou até mesmo décadas. Como um bom épico medieval, os Sete Reinos vivem em guerra, focada entre duas famílias dominantes e que lutam pelo controle do Trono de Ferro, cuja posse assegura a sobrevivência durante o inverno de 40 anos que está por vir. O foco está nas intrigas do poder das casas pelo poder, e aí sobram traições, intrigas, brigas e por fim a guerra.
Os protagonistas são a família Stark, encabeçada por Lord Eddard Stark (Sean Bean), casado com Lady Catelyn Stark (Michelle Fairley) e pai de seis filhos: Robb (Richard Madden), Sansa (Sophie Turner), Bran (Isaac Hempstead-Wright), Arya (Maisie Williams), Rickon (Art Parkinson) e Jon Snow (Kit Harignton), sendo que o último é fruto da relação do patriarca com uma mulher chamada Wylla. A família, durante a temporada, foi explorada de forma heróica. Passaram por injustiças, traições, seguiram caminhos espinhosos e agora foram expulsos do Reino de Ferro. Pior ainda, sofreram uma importante baixa, que vai servir como principal gancho de novas histórias. Pra falar a verdade, a impressão que Game of Thrones deixou nesta primeira temporada, é que tudo foi um prólogo. Nos três principais arcos essa impressão é a que fica. Uma história que caracteriza a barbaridade do ser humano, a ambição pelo poder e um mundo onde o ocultismo tem forças reais, seja com seres como dragões ou com os temidos White Walkers, uma população misteriosas e hostil, mas suas vítimas ao invés de morrerem, transformam-se em mortos vivos. Tudo foi contado apresentando um mundo incrível e, ao mesmo tempo, assustador.
Na muralha, ao Norte, é o filho bastardo do clã Stark, Jon Snow, que serve como o guia do público, mostrando a hierarquia e como funciona a Patrulha da Noite. O tom militar, com direito a juramento é o que deixa o núcleo tão forte e se impõe entre as outras tramas. Por outro lado, ao Leste, é a saga de Daenerys (Emilia Clarke), que depois de vendida para Khal Drogo (Jason Momoa), líder de guerreiros nômades e bárbaros, vai enfrentando as intrigas do que é se transformar na mulher de um poderoso homem. Seu destino também passa por uma baixa que definirá seu caminho. A jovem busca vingança e o almejado Trono de Ferro, e conta ao seu favor com os dragões, da qual, os despertou - já que faz parte da linhagem sanguínea dos históricos seres.
Sendo uma série voltada para o entretenimento, qualquer comentário mais profundo, acaba sendo relacionado em questões técnicas, que são impecáveis. O problema de se acostumar com algo tão complexo e rebuscado, é esperar por tanto tempo para seguir a trama. Fica pesado ter de compreender corretamente todo o roteiro quando vocês assiste uma vez por semana ou ter de esperar um ano pra a nova temporada. A questão de ser uma adaptação também tem seu peso. Muitos fatos foram contados de forma rápida. Como por exemplo a batalha que entregou Jaime Lannister para os Starks. Do nada ele apareceu amarrado e ferido em uma cena. Um desperdício de fato, já que tudo parecia perdido para Robb.
No geral, Game of Thrones apresentou uma temporada emocionante, abusando de artifícios que conseguem prender o público, como episódios ágeis, bons diálogos, atuações bem caracterizadas, bons efeitos e acima de tudo uma história que beira a originalidade, pegando bons ingredientes do gênero e fazendo algo complexo, por vezes realista na violência e tendo seus momentos sensuais (no propósito de explorar a variedade da orientação sexual já naquela época). Parece forçado em alguns casos para conquistar audiência, mas nada como mostrar um mundo medieval, da qual, os humanos vivem como seres que em alguns pontos são primitivos, corrompidos, mas de outros buscavam construir um mundo ao seu modo, com leis, regras, ética, moral e honra.
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