Duas estreias mobilizaram os fãs de seriados nas últimas semanas. Uma foi a aguardada série com a assinatura de J.J. Abrams, o criador de Lost e Fringe - mas que tem tropeçado ultimamente com novos projetos - e a segunda temporada de The Big C, que rendeu um Globo de Ouro para a atriz Laura Linney.
A primeira é Alcatraz e estreou na Warner Channel há quatro semanas e parte de uma curiosa premissa. Em 21 de Março de 1963, mais de trezentos detentos e mais de quarenta guardas desapareceram da prisão de Alcatraz sem deixar rastros. Como uma boa conspiração, o governo se pronunciou dizendo que a prisão havia sido fechada, devido a pouca segurança, e que os prisioneiros haviam sido transferidos. Um jovem guarda naquela época, agente federal Emerson Hauser (Sam Neill), foi um dos primeiros a perceber o fato e, nos dias atuais, dirige uma unidade governamental secreta dedicada a encontrá-los. A trama se passa em São Francisco (Califórnia), e essa nova unidade descobriu que os prisioneiros estão retornando, cometendo crimes, e sem quaisquer sinais de envelhecimento. Para ajudar na busca e captura dos prisioneiros, Hauser recruta a policial detetive Rebecca Madsen (Sarah Jones) e um especialista na história de Alcatraz, Diego Soto (Jorge Garcia - que fez o Hurley em Lost).
A primeira impressão que se tem ao ver Alcatraz, é identificar a enorme semelhança da série com Fringe. Seja na trilha sonora, no enredo, mas principalmente no tom e ritmo. Os dois primeiros episódios focaram em dois prisioneiros que voltaram para a vida criminosa. Explorando o passado de ambos, o formato não foge dos eventuais policiais que estão diariamente no ar, como CIS e derivados, e o mistério é sempre jogado em doses mínimas para criar ganchos no final dos episódios. Mas nada empolga muito. Depois de Fringe nos fazer "acreditar no inacreditável" não existe explicação mais surpreendente para explicar o que aconteceu, e que provavelmente vai seguir o raciocínio já criado na outra série.
- Alcatraz é exibida segundas-feiras, às 22h.
No ar pela HBO Brasil, o misto de drama e comédia, The Big C chega com nova temporada e o mesmo bom humor de sempre. A protagonista Cathy, que teve a vida transformada depois de descobrir um câncer, segue no seu caminho de mudança, dando mais valor a vida e as pessoas ao seu redor. Os eventos da primeira temporada, tais como, a atitude de esconder a doença do irmão, o suicídio da vizinha, a reaproximação do marido, a gravidez da melhor amiga e a dificuldade do filho em lidar com a doença da mãe, são refletidos nos novos dilemas que ela precisa enfrentar, ainda mais agora que aceitou em lutar pela vida.
The Big C continua uma série deliciosa de se assistir. Curta, com em média 30 minutos de duração por episódio, o seriado expõe de forma leve uma maneira inspiradora de viver a vida. Sem cair em qualquer clichê e apostando na debochada e sarcástica protagonista, o seriado ultrapassa a média de séries de comédia já que aposta em um aprofundamento da personagem tratando de um tema sério. Nessa nova temporada, já deu pra sentir que ela seguirá essa essência até seu final (provavelmente daqui duas temporadas, já que cada uma se passa em uma estação do ano). Até a forma que trouxeram a personagem de Darlene (a vizinha), foi tocante. Uma série única e que merece ser vista, afinal, fazer humor com câncer é, no mínimo, genial.
- The Big C vai ao ar aos domingos, às 22h.