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outubro 07, 2010

'Fúria de Titãs': fantasia peca na falta de equilíbrio

Com roteiro e atuações fracas, remake empolga apenas na ação


O lado bom de não assistir certas produções nos cinemas e esperá-las em DVD, é descobrir o que deu  de errado em muitas delas. A crítica detonou o remake de Fúria de Titãs, uma das mais aguardadas superproduções do ano. E aí a constatação: a nova versão nada inova no roteiro recheado de diálogo fracos, sem nenhuma emoção quanto a resolução da problemática e poucas atuações salvam. Dirigido por Louis Leterrier, o remake do filme de 1981, que marcou uma época com uma nova fase de efeitos visuais sem precedentes, agora torna-se mais um sem alma e pouco memorável.

 A história gira em torno de Perseu (Sam Worthington de Avatar), filho de Zeus (Liam Neeson) que é criado entre os humanos. Hades (Ralph Finnes, excepcional) é o deus do inferno e mata a família que adotou Perseu. Então o jovem decide unir-se a aliados e desafiar os deuses e recuperar sua vida. Junto com ele estão a guia espiritual Io (Gemma Arterton), o guerreiro Draco (Mads Mikkelsen) e o rei tornado em fera Acrisius (Jason Flemyng), na missão de salvar a Princesa Andromeda (Alexa Davalos) e derrotar Hades.


O caminho encontrado pelo diretor francês foi o que muitos outros blockbusters tem seguido. Incrementa o máximo os efeitos visuais para esconder uma história interessante, mas mal escrita. Deixa de lado o desenvolvimento de personagens e resume os mais importante com atitudes estereotipadas. Como exemplo é a vilã Medusa. A cena em que aparece é apenas na intenção e jogar ação para o público e nem sequer demonstrar alguma importância pelo outro lado. Ela deve morrer e pronto.


Nos extras do DVD é possível encontrar cenas deletadas, da qual, vários diálogos foram retirados. Tiram os bons excessos que justificariam toda a história, como a reunião entre os deuses, e deixam àquelas que que não tem nada para contar e sim divertir. O que não faz sentido é que nos tempos pós Senhor dos Anéis, os grandes estúdios ainda duvidam do interesse do público em se aventurar dentro de uma história consistente. Pode-se encaixar nessa regra, as sofríveis sequencias de grandes filmes. Todas deixam o roteiro de lado para encantar o público infantil, acostumando-os cada menos de explorar narrativas diferentes, e no caso, que falam de lendas, e ainda as desafia a compreender sobre personagens e pessoas.


O mesmo equívoco foi cometido recentemente por Alice no País das Maravilhas de Tim Burton. O visual incrível e atuações simbólicas, não conseguem segurar o roteiro fraco e previsível. E pior, diferente desse remake, Alice ainda não tem ritmo e ação. Nesse quesito, pelo menos, Fúria de Titãs não deixa à desejar, desde os escorpiões gigantes, os seres místicos e até mesmo o ambiente onde vivem os Deuses - os detalhes são belíssimos.  Resta saber se a continuação, já confirmada, foge à regra e consegue ser mais consistente que o original, se é que pode piorar...

Fúria de Titãs
Clash of the Titans
EUA / Inglaterra , 2010
Ação / Aventura / Épico / Fantasia
Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Travis Beacham, Phil Hay, Matt Manfredi
Elenco: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Jason Flemyng, Gemma Arterton, Alexa Davalos, Tine Stapelfeldt, Mads Mikkelsen, Luke Evans, Izabella Miko 

Trailer:




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