Terminou no último domingo pelo canal Studio Universal, a segunda temporada do seriado cômico-dramático Nurse Jackie. Vencedor do Emmy de Melhor Atriz para a Edie Falco que faz a protagonista, o seriado é sobre uma enfermeira que defende na prática os seus próprios princípios éticos, da qual, muitas vezes esbarra na burocracia do hospital que trabalha. Jackie ainda tem que lidar com o grave problema do seu vício em analgésicos. Ainda explora a relação desses profissionais que lidam com o ego dos médicos, grandes responsabilidades e a vida pessoal deles. O texto a seguir pode conter spoilers para quem não acompanhou a segunda temporada.
E quem diria que o cerco se fechou para a viciada. Quando falei aqui da série, mal podia esperar que logo na segunda temporada o abuso de drogas da enfermeira seria descoberto. E como ela reage? Com o mesmo cinismo de sempre. E mesmo coagida, vemos Jackie em uma praia em meio ao crepúsculo. Clínica de reabilitação? Será?
“Hello, my name is Jackie and I’m a drug addict. HAHAHA… Blow me!”
Jackie também tem outro vício: mentir. Claro que esse é consequência do grande e primeiro, da qual, ela necessita manter, como qualquer outro dependente químico. E a nova aproximação com Eddie, o farmacêutico e amante, ela teve de lidar o afeto que sente por ele. Diferente da primeira temporada que ele não sabia da família que ela tem, Eddie agora não é mais passivo com a relação e tem Jackie na mão. Ele se tornou é amigo do marido dela.
E outras mentiras caíram por terra, principalmente o único que desculpava o uso dos medicamentos. Descobrir que Jackie utilizava exames de raio x falsos para justificar à melhor amiga o pedido de medicamentos, foi revelar um lado ainda mais sombrio da personagem, que mesmo sempre mentindo e criando uma vida dupla, a Dra O'Hara, era sem dúvidas a única que sabia de parte dessas mentiras.
Nurse Jackie é assim, um seriado sobre uma personagem tão humana como nós, e com problemas como qualquer um próximo à nós pode ter. O curioso é que mesmo simples, a série conquista tanto pelo drama, quanto pelos personagens coadjuvantes cômicos que dão graça no trágico cotidiano de um hospital. E se o vazio existencialista é a característica dos personagens que protagonizam os melhores seriados no ar atualmente como Mad Men e Dexter, eles tem uma semelhança com Nurse Jackie: buscam nas mentiras o que pode dar controle para a utópica beleza americana (ocidental) da vida.
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