Saiu de cena há algumas semanas a quinta temporada da polêmica (ainda é?) série inglesa Skins, exibida pelo E4 Channel por lá, e no Brasil pela HBO Plus e VH1 Brasil. Assim como ocorreu outras duas vezes, um novo elenco foi formado, apagando de vez vestígios dos personagens anteriores e dando nova cara aos drama "reais" de jovens ingleses. E depois de tantos anos influenciando diversos outras séries pelo mundo, o seriado aos poucos começa mostrar sinais de desgaste, mesmo amadurecendo e deixando de lado o excesso de cenas de sexo e drogas. A audiência caiu consideravelmente nesta temporada, que finalizou com apenas 600 mil telespectadores contra 1,1 milhão da temporada passada.

Nesta quinta temporada conhecemos novos personagens e dramas, mas algumas situações que remetem à outras já usadas antes (segundo sinal do desgaste). Quando falei aqui que o primeiro episódio dessa nova fase foi o melhor, não foi à toa. Se a personalidade e o amadurecimento são de praxe os principais assuntos tratados no roteiro em outras fases, agora, saem os personagens mais seguros e em busca de ultrapassar seus limites e caminhos, e entram àqueles que buscam uma identidade e aceitação. Óbvio que essas duas características já foram utilizadas antes, porém, em tempos de debate sobre bullying, esta temporada começou de maneira surpreendente e finalizou de forma espetacular. Isso graças a personagem de Franky (Dakota Blue Richards), uma jovem insegura, que tem dificuldades em se encontrar. Sexualmente ela é perdida e isso se reflete em sua aparência e atitudes. Enquanto temos os outros pertencentes às suas tribos e buscam aceitação de seus familiares, principalmente, ela se difere e busca sua própria aceitação. Afinal, Franky já tem essa aceitação, não coincidentemente, de pais homossexuais. No final temos tudo para ilustrar que ela está no limite, é 'induzida' a ter uma relação homossexual, uma bissexual e até finalmente uma heterossexual. Corre perdida na floresta e termina no melhor estilo do filme À Deriva de Heitor Dhalia que também trata sobre adolescência: fica à beira de um precipício.
Outros temas abordados, conseguiram episódios tão bem feitos e poéticos que até o conto de fadas, da qual, a personagem de Grace (Jessica Sula) vive, foi conduzido com maestria. Ela encontra seu amor no fã de heavy metal, Rich (Alexander Arnold), vive numa masmorra com o pai metódico e diretor do colégio e sua mãe apática. Termina em casamento, pela primeira vez na série e em um castelo. O casamento entre eles ocorre numa maneira simbólica de mostrar o amadurecimento do seriado, mesmo que reiniciando os períodos, e também serviu para selar a vida desta jovem, sempre tratada como uma princesa, mas que finalmente entendeu que devia deixar de ser a coadjuvante e a utópica princesa e estrelar sua própria peça, ou seja, a vida.


É esperar para saber como vão lidar com essas questões levantadas. Com a saída de um dos produtores, que diz esgotado seu potencial de desenvolvimento de novas situações e histórias para a série, o futuro de Skins está garantido para mais uma temporada e provavelmente a última.
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