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dezembro 16, 2010

Terceiro 'As Crônicas de Nárnia' empolga, apesar de excessos

Nova parte da franquia peca na infantilidade de personagens e suas lições de moral



As Crônicas de Nárnia teve um primeiro filme, O Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupa,  com qualidade do roteiro discutível, da qual, muitos acharam lento e com pouca ação, mas certamente era uma produção bem cuidada, interessante e sofisticada. Os estúdios Disney, bem tentaram corrigir os excessos na continuação O Príncipe Caspian, mas já era tarde. Parte do público desistiu e deixou de conferir um bom filme, tão interessante quanto o primeiro e, dessa vez, mais ágil. O maior problema talvez, é que a aceitação da franquia ficou à sombra de outros dois sucessos: Harry Potter e de O Senhor dos Anéis. Vários outros tentaram sem sucesso realizar grandes franquias a partir de livros com histórias épicas, como em Eragon e A Bússola de Ouro, mas fracassaram. Então, continuar apostando em As Crônicas de Nárnia seria um erro?

O universo criado por C.S. Lewis adaptado para os cinemas, é algo que funciona muito mais para crianças e pré adolescentes do que para adultos, e isso fica ainda mais perceptível A Viagem do Peregrino da Alvorada. As crianças, assim como no filme, assumem o papel de se aventurar sem compromisso. São tragados ao mundo de Nárnia e mesmo com dificuldades, os personagens vão se acostumando e se surpreendendo com o lugar. Como os mais velhos são postos de lado na aventura, são mais jovens, Edmundo (Skandar Keynes) e Lúcia (Georgie Henley), um pouco mais crescidos, que deverão ajudar o príncipe, agora rei, Caspian (Ben Barnes) em mais uma missão.

Mais do que uma válvula de escape para a guerra que assombrava a Inglaterra, o fascínio por Nárnia é ainda mais atraente quando os seres que habitam o local são simpáticos e amigos. E uma aventura com esses seres falantes, curiosos (os anões de uma perna são bem criativos), dragões, ainda entre um feitiço e outro, aos poucos o filme vai equilibrando ação e comédia que agrade à todas as idades. Porém, é o excesso de lição de moral, é que provavelmente fará qualquer adulto perder a paciência. Os fatos são sempre mostrados de forma artificial, longe de uma profundidade mais complexa vista nos outros filmes do gênero, passando uma versão amadora.

É uma pena que a franquia não tivesse ganho o destaque que merece por parte do público, acaba sendo mais uma entre outras, apesar de um início grandioso. O ideal é que os produtores sejam mais pacientes, e saibam que dar um final à altura para a saga, pois seria uma escolha correta, porque mesmo que perdida entre outras produções, aventurar em Nárnia tem lá seus prazeres e uma nostalgia para os adultos que vivenciaram filmes tão empolgantes como A História Sem Fim.

Trailer:


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