Seriado é inteligente, ágil e possui um roteiro tão atraente quanto os personagens
Pra começar,
Fringe não é um grande sucesso da TV americana. Os números nesta segunda temporada ficaram em cerca de 6 milhões de telespectadores, o que não é muito ruim para os padrões da FOX, mas está longe de ser popular como outro show da casa,
Bones, por exemplo. O que agrava a situação da popularidade, é que o programa enfrenta
Grey's Anatomy e
CSI no horário. Provavelmente a emissora deve pensar melhor nessa questão para a próxima temporada, já que
Fringe foi renovada, muito mais pela qualidade e com um voto de confiança, do que essencialmente por sua audiência. Porém, arrisco à dizer, que ela é a melhor série no ar. Claro, que, isso é uma opinião pessoal e representa um gosto participar pelos temas tratados e também relativo aos seriados que estão no ar.
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Transição entre universos |
Assim como
Lost, o seriado é criado por
J.J. Abrams, um dos diretores que está com a moral tão alta que vai filmar seu novo projeto para os cinemas junto de ninguém menos que o
Steven Spielberg. Abrams, é jovem, nerd e o público sabe que em seus projetos pode-se aguardar uma trama complexa, que não insulte o telespectador com mais casos no estilo Scooby Doo. Ele cria uma mitologia e aos poucos vai soltando pistas sobre diversos mistérios, e o mais interessante é que não se restringe à TV. Pela internet é possível encontrar expansões de seus trabalhos. O que dizer de
Cloverfield que intriga tanto até hoje? Mesmo as escorregadas de
Lost, dá para levar em conta que se tratou de uma série complexa para a TV aberta e se tivesse ao menos mais temporadas teria, quem sabe, um final satisfatório. Mas o assunto aqui é
Fringe.
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As duas realidades se encontrando |
Quando
falei do seriado aqui em 2009, esperava sim surpresas e como a crise de audiência chegou cedo, o seriado foi reformulado e logo na primeira temporada alguns dos trunfos bem legais foram jogados. A série que parecia ser um
CSI com casos mirabolantes e que superavam a barreira do conhecido, virou uma trama alucinante sobre universo paralelo, seres humanos especiais e personagens cada vez mais intrigantes. O ponto forte de
Fringe é de não jogar perguntas, mas sim nos apresentar teorias de tão bem feitas e impressionantes, da qual, nos deixam encantados. É ouvir as explicações científicas do
Walter Bishop e, como criança, acreditar em tudo e cair de cabeça nos experimentos. É ver o casos nojentos e esperar por qual será o desfecho deles e mais interessante é saber que eles tem conexões com outros casos e mesmo com a própria mitologia.
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Filmes em cartaz na outra realidade |
Mas nada supera
essa mitologia sobre a existência de um universo paralelo ao nosso, que funciona como um lado parecido, mas, ao mesmo tempo, diferente do nosso. E os meios que encontraram para passarem entre eles também são geniais. O ápice da série foi ver os personagens andando por aquele mundo cheio de acontecimentos diferentes e com uma tecnologia avançada. No lugar da torres gêmeas, o alvo dos ataques terroristas foi a Casa Branca apenas, e ainda tem os diferentes filmes que estão em cartaz... coisas desse tipo. É o lado diferente das intenções, das escolhas tomadas nesse universo que vivemos. A difícil agente Olivia Dunham, viu no outro lado uma pessoa mais feliz, realizada... Porém, o Walter, é frio e vingativo por conta do sequestro de Peter quando criança. O interessante da série é essa mitologia, muito mais que os casos jogados. Alguns acabam de forma chata, mas basta tocar na mirabolante história, que tudo termina espetacular.
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Dr. Bishop e um Observador ao fundo |
Outros fatos curiosos mostrados por
Fringe são elementos importantes para o funcionamento da série. Primeiro, destaque para os
Observadores, que são seres de algum mundo superior e que vivem assistindo momentos históricos da nossa sociedade. Não podem intervir em acontecimentos, mas no próprio seriado, foi possível ver que eles também são sentimentais e passíveis de erros. Temos também as cobaias tratadas com
Cortexiphan, da qual, inclui a própria Olivia na lista, que na verdade são humanos preparados para serem fortes e futuramente capazes de enfrentarem soldados vindos de outras realidade. Os
Shapeshifters ou transmorfos são seres de outro mundo - realidade - que atravessam de forma diferente entre os lados. A missão deles aqui era encontrarem Peter, para guiar a tal máquina que acabaria com os dois mundos.
E claro, a teoria de
Universos Paralelos, que já falei mais ou menos.
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Peter dando sinal que não é daqui |
Além disso,
Fringe tem outro ponto forte que são os personagens. O Dr.
Walter Bishop e seus dramas, sempre tentando contornar o que fez de ruim no passado nas experiências com humanos e chegando, indiretamente, ajudar o nazismo. A
Nina Sharp uma das donas da Massive Dynamic - de tecnologias diversas - que tem um passado com Walter e toda história do sequestro de Peter.
William Bell, da qual, exerceu papel grande nesse final de temporada e ajudou a trazerem Peter de volta. O trio do FBI e que fazem parte do núcleo protagonista junto do Walter, até são personagens bons, como o próprio Peter, interpretado pelo
Joshua Jackson, conhecido eternamente como o Peacey de
Dawson's Creek. A Olivia , talvez a protagonista mesmo, não é nem um pouco carismática e por isso a faz de forma coerente algumas ocasiões em que se é necessário mais ação do que conversa.
Depois disso tudo que descrevi, é recomendável ver a série com muita atenção, pois todo o tratamento no roteiro e na estética tem a ver com os temas propostos. É o exemplo dos números malditos de
Lost, eles aparecem e se você não ficar atento, nem percebe.
Fringe agora se prepara para uma nova etapa e como pode-se perceber, ainda guarda novas emoções, principalmente depois do gancho desse último episódio. Merecia muito mais do que essa audiência, quem perde é o público.
Sempre quis parar e ver esse seriado, parece muito interessante mesmo.
ResponderExcluirEstou esperando ansiosamente pela terceira temporada... =D
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